lunes, 14 de julio de 2014

Há fogo, há fogo

Final de dia emocionante: um incêndio relativamente perto de casa. Está tudo bem comigo, mas o fogo esteve feio e penso que todos os bombeiros da cidade estão a tomar conta da ocorrência. Pode ver-se desde a janela, mas o fumo está noutra direção. Ainda bem!

Este é um dos problemas que atingem a cidade: má planificação da urbanização. As fábricas estão dentro da cidade. Esta, em particular, está também ao lado de duas bombas de gasolina. Parece que está tudo controlado, mas podia não ter corrido tão bem.








jueves, 10 de julio de 2014

Rir também exercita

Hoje foi mais um dia de ginásio. Aqui ir ao ginásio é sempre tão divertido.

Nunca me tinha apercebido que também no ginásio se podem ver muitas diferenças culturais. Aqui rio-me sempre com atitudes que acho estranhas. As diferenças são ainda mais visíveis, porque o ginásio onde vou, fica numa zona onde vivem estrangeiros. Cada um vive esta "experiência panameña" de maneira diferente.

As roupas, a forma de dançar, a maneira de estar...tudo é diferente. Por exemplo, no final da aula de dança há sempre um fila de alunas para tirar fotografias com o professor e pôr no facebook. E não, o professor não é bonito e é claramente gay, mas elas adoram-no e é uma festa todos os dias.

Enfim, são pequeninas coisas que não dá para descrever. Uma coisa é certa, as aulas de todas as modalidades estão sempre cheias e quase não há espaço para abrir os braços. É tão agradável, com o calor e o suor que há por aqui. Trago sempre umas gotinhas de alguém de recordação. ;)

Hoje a aula estava assim....


miércoles, 9 de julio de 2014

Os frutos da globalização

Estar no Panamá não permite apenas conhecer a cultura local. Estar aqui é também uma oportunidade de conviver com muitos estrangeiros e conhecer a sua cultura. É como viajar todos os dias, mesmo estando sempre no mesmo país.
 
Aprendo muito com os amigos que tenho por aqui. Aprendo expressões, ideias, histórias e às vezes até outras versões de uma mesma história. Até as piadas do alemão, o francês e o português, podem ser vistas de outro prisma e ser contadas com outra moral.
 
À parte dos clichés, das piadas e dos preconceitos, há muito mais por descobrir pelo convívio diário entre as culturas. Esta face da globalização também é muito interessante; é uma experiência pessoal enriquecedora.
 
Hoje finalmente comi a melhor lasanha italiana no Panamá. E preparada por uma francesa. Esta mistura de culturas dá bons frutos :) Obrigada Laura e Gianluca!



martes, 8 de julio de 2014

Originalidade

Hoje tenho que começar por pedir que me desculpem, mas perdi totalmente o timing para escrever o que queria no blog. Além disso, espero que me desculpem, mas vou falar do tema do dia, que já não é nada original – a derrota do Brasil.
A minha ideia era escrever sobre a maneira como os panameños apoiam a selecção do Brasil no Mundial. Ou melhor, apoiavam. Embora o Panamá não tenha conseguido participar no mundial, os panameños vivem isto de forma muito intensa e escolhem apoiar as selecções que lhes são mais queridas ou que pensam que têm maior probabilidade de ganhar.
O que eu ia mostrar hoje era esse apoio que havia para o Brasil. Esta manhã havia muitas pessoas vestidas com as t-shirts do Brasil; desde que começou o Mundial havia imensos carros com bandeirinhas do Brasil, etc.
 
De manhã não tive tempo de tirar fotos. Pensei tirar quando saísse do trabalho. Mas neste meio tempo (aqui o jogo foi às 15h) deu-se esse grande drama, que ninguém podia imaginar. Fiquei sem material para a fotografia…
 
Não gostei por duas razões: primeiro, estragaram-me o blog; segundo, grande apoio este! Da minha parte, realmente tenho pena pelos brasileiros. Para a próxima será melhor! ;)

lunes, 7 de julio de 2014

E esta hein?!

Ontem eu comentava que achava estranho que no Panamá as lojas dos centros comerciais fechassem às 7h da tarde ao Domingo, e nos dias da semana às 8h. E um amigo francês respondeu-me que eu tinha de entender que nem todos os povos eram como os portugueses, que adoram trabalhar, mesmo sem condições.
 
Fiquei a pensar nisto. A ideia que ele tem dos portugueses são os emigrantes que foram para França e se sujeitavam a tudo. Trabalhavam sem se queixar, com a maior dedicação. Esses que vemos no filme "A Gaiola Dourada".
 
Não tive a oportunidade de responder que não é bem assim. Acho que apesar de ele ter a ideia que os portugueses gostam de ser escravos, é no bom sentido; por isso, deixei ficar assim. Mas fiquei a pensar no assunto.
 
Hoje, como todos os dias, vi estes colombianos a trabalhar. Por volta das 7h30 da manhã vão buscar o carrinho a um armazém, empurram-no durante 40 minutos, passam o dia todo a servir salsichas (debaixo do calor e da chuva) e voltam às 17h30 para ir deixar outra vez o carrinho no mesmo lugar, fazendo novamente um caminho de 40 minutos. Todos os dias os vejo passar com o seu carrinho, no meio do trânsito, subindo, descendo, desviando-se de buracos, etc. Vão sempre alegres, a contar piadas e a rir-se.
 
Talvez um dia eu também diga que os colombianos são assim: gostam de trabalhar como escravos e ainda por cima, estão sempre alegres. ;)

viernes, 4 de julio de 2014

Trabalho que vale a pena

O meu irmão chamava gunga à sua chupeta. Ou melhor, ele tinha várias gungas. Como a minha mãe diria, um génio. Um génio por ter sempre um Planp B, Plano C, etc. Mas hoje descobri que é mais do que isso. Ele, à maneira dele, já sabia o que era o Gung Ho. Eu só aprendi hoje.
 
Hoje tive reunião de equipa. Uma equipa com quem trabalhei estes 6 meses e que estou prestes a deixar, em 2 semanas. Vimos um filme que explica o que é o Gung Ho, que achei muito interessante. Este é o nosso espirito e espero que também assim o seja numa próxima equipa de trabalho.
 
Esta foi a equipa que me acolheu no Panamá :) Aqui estão também os panameños mais simpáticos que conheço,lol!



Todos esquilinhos, castores e gansos!!! Há que ver o filme para saber do que estou a falar. É um filme antigo, mas com uma mensagem sempre atual. Para quem estiver interessado em descobrir o que é o Gung Ho, fica aqui o link: https://www.youtube.com/watch?v=f_w7HBvMR6k


jueves, 3 de julio de 2014

Estranhas criaturas verdes

Quando vou para o trabalho, vejo sempre umas criaturinhas verdes, por todas as partes. São uns periquitos ou papagaios que há por aqui. São muitos; quase tantos comos os pardais que há em Portugal.
 
São muito engraçados. Andam sempre aos pares e fazem um cagaçal desgraçado. Não cantam como os outros pássaros; gritam. É um barulho estridente, incrível.
 
Curiosamente uma das "casas" que escolheram para viver, é um edifício enorme, que se chama Caja de Ahorros. É como se fosse a sede da Caixa Geral de Depoósitos, mas versão mais mini. Fazem buracos nas paredes. Não sei se é por diversão ou para fazer ninho. O que é certo é que o edifício, que supostamente é muito importante, está todo esburacado.
 
Todas as manhãs passo por lá e fico impressionada com a força que estes bichinhos devem ter. Não são maiores que a palma de uma mão, mas gritam e furam paredes como ferozes bestas.
 
Apesar de tudo, gosto deles. E há muitos panameños que também gostam. Já os vi em algumas gaiolas (devem ter de ser umas especiais, contra terroristas!) e hoje no bus uma rapariga ia com o seu periquito ao colo; como se de um cãozinho se tratasse. Pelos vistos são domesticáveis, porque este estava bem calminho enquanto ela lhe fazia festinhas.
 
Animas interessantes estes que há no Panamá :)



miércoles, 2 de julio de 2014

Há dias assim

Há dias assim: demasiadas decisões de adultos, demasiadas dúvidas, saudades... Felizmente sei que chego a casa e tenho a minha "nova família" para falar, desabafar, rir...enfim, ser família!

Antes de sair do trabalho, decidimos que hoje era um dia daqueles para jantar juntas e abrir uma garrafa de vinho. O saca-rolhas que comprei ontem, estragou-se! Pronto, cerveja então! E cada uma conta as "desgraças" do seu dia. Sabes quando o problema é tão inexplicável que começas a rir ou não há nada para dizer?

Vemos um filme. Assim não é preciso falar e não precisamos pensar. De muitos filmes, escolhemos "A Casa dos Espiritos". Ando a ler Isabel Allende para praticar o espanhol, por isso fazia sentido. Eu que nunca gostei de ler e acho que nunca tinha conseguido ler um livro do principio ao fim; já li 4 desde que estou no Panamá. Coisas estranhas acontecem!

Começo a ver o filme e começo a achar estranho. Durante o filme: "Isto parece Lisboa"; "definitivamente...olha os passeios"; "E isto é a Assembleia"...Não sabia que o filme foi rodado em Portugal. Uma boa surpresa: ver a minha cidade uns minutinhos ao fim do dia.

Há dias assim: não percebemos porque as coisas são assim, mas eu acredito que tudo acontece por alguma razão :)


martes, 1 de julio de 2014

É disto que o meu povo gosta

Hoje é feriado no Panamá. É um dia muito importante e que tem de ser celebrado. Eu, pelo menos, concordo perfeitamente. E digo mais: pena que não haja mudanças de governo todos os meses ;)
 
Sim, hoje é feriado porque é o dia de tomada de posse do novo presidente. Começou bem: feriado para todos para poderem ver e estar presentes neste grande momento. É de presidentes destes que nós precisamos.
 
Em Portugal dizem que as pessoas não se interessam pela vida politica. Claro! Não nos deixam fazer parte dos momentos importantes. Não dão feriados e depois queixam-se. Aqui a vida politica é muito mais emocionante: na campanha politica dão montes de prendas às pessoas - carros, casas, comida, etc - e no fim disto tudo, ainda dão feriado. Mas há alguma vida politica melhor que esta?
 
Eu só não vi a tomada de posse, porque não sei a que horas era. Mas o feriado aproveitei-o bem. Quer dizer, dentro dos possíveis! É que aqui falham sempre pequenas coisas nas organizações de eventos - esqueceram-se de tirar as nuvens do céu! Ainda tentaram a meio da tarde, remediar a situação, mas foi só uma horinha, depois voltou o tempo cinzento. Mas eu até entendo, é para a pessoa não gastar dinheiro no protetor solar.
 
Hoje o céu esteve assim. Eu sei que isto não é muito estranho, mas para mim sim. Há muito poucos dias sem sol no Panamá, e calhou logo no feriado. Eu bem digo que na organização de eventos, os pormenores fazem a diferença... ;)




lunes, 30 de junio de 2014

E 'tá' a andar de mota

No Panamá a religião é vivida de forma muito intensa. É muito normal ouvir "Graças a Deus", "Se Deus quiser", etc. Em Portugal também, mas muitas vezes as pessoas não o dizem exatamente com a intenção de falar de Deus; muitas vezes é apenas uma expressão. Aqui não. Dizem-no de forma pausada e pensada na maioria das vezes.
 
Diz-se que em países mais pobres a religião é mais forte, porque é preciso acreditar em algo mais, para poder ter esperança no futuro. Não sei se é essa a razão, mas realmente é um facto de que aqui a ideia de Deus está mais presente no dia-a-dia.
 
Hoje, depois de almoço, a caminho do escritório, vi algo que nunca tinha pensado. Um sitio muito estranho para demonstrar fé. Mas é um exemplo de como a religião está presente em todos os momentos da vida.

viernes, 27 de junio de 2014

Fiesta Sangria+Pizza

Que comece o fim-de-semana!! E há melhor maneira de começar do que uma festa?!

Eu e a Maëlle estamos sozinhas em casa; a Annina e a Sheila foram de viagem e deixaram-nos aqui tristes e abandonadas lol Na ausência dos "pais" decidimos fazer uma super festa para começar o fim-de-semana. Preparámos uma fantástica sangria e estamos à espera dos convidados para a nossa festa de sangria+pizza :)


jueves, 26 de junio de 2014

Playa bonita

Hoje é um texto curtinho, porque trabalhei até tarde e quero ir dormir, mas não queria falhar ao objetivo. Como diz a canção: o prometido é devido.

O Panamá é um país muito bonito e com imensos lugares a descobrir. Hoje conheci a Playa Bonita, o nome diz tudo. Está mesmo ao lado da cidade, e por isso não convém ir a banhos, mas esta praia e este lugar são espetaculares. Num saltinho estava a ver areia e mar; há algo melhor? Aqui terminou o meu dia e terminou muito bem ;)




 
 

miércoles, 25 de junio de 2014

Em cada janela uma bandeira

Estar fora também é sentir que não pertencemos ao país que nos acolhe. Estranhamente aqui sinto-me muito mais portuguesa que em Portugal. Talvez porque sempre que me apresento, tenho de dizer de onde sou. "De onde sou" só esta expressão diz tudo; não sou daqui e isso é sempre muito evidente.

Normalmente aceito isso como um facto e tenho muito orgulho em dizer que sou portuguesa. Não sei porque tenho este orgulho. Sempre que me perguntam sobre Portugal, fico sem muitas palavras. Temos o Cristiano Ronaldo e praias bonitas; tento resumir a isto. Mas não é só isto, é tanta tanta coisa, tanta coisa de que tenho saudades, como a luz de Lisboa ou uma boa sardinhada…

Mas depois perguntam-me se a situação económica de Portugal é igual à Espanhola; perguntam-me qual é a indústria em que somos fortes e que nos caracteriza; perguntam-me qual o salário mínimo em Portugal… e isso faz-me lembrar porque estou aqui. Será que devia estar orgulhosa de um país que não oferece um futuro aos seus filhos?!

Mas isto do patriotismo não se explica bem racionalmente, nem vale a pena procurar muitas explicações. Só sei que quando toca o hino nacional antes de um jogo, quando vejo alguém com uma camisola ou uma bandeira de Portugal, sinto-me um bocadinho em casa e encho a boca para dizer “esse é o meu país”. Hoje de manhã, na minha caminhada para o trabalho, vi esta bandeirinha numa varanda e não resisti a tirar uma fotografia - é pequenina mas marca presença, como os portugueses.


E amanhã aqui estarei a apoiar Portugal às 11h da manhã. Força coxos! ;)

martes, 24 de junio de 2014

Festejar sempre!

Olá! Como combinado aqui está algo inesperado que me aconteceu hoje: quando estava a voltar a casa, o trânsito estava parado, havia gente com bandeiras e uma gritaria impressionante na rua. Que se passa?! São os Colombianos a festejar porque passaram aos oitavos no Mundial.

Primeiro pensei "Estão loucos! Parece que ganharam o mundial..." e depois lembrei-me de como em 2004 festejámos cada vitória; bons tempos! No meu tempo o Cristiano Ronaldo ainda chorava quando perdia um jogo, agora diz "para a próxima vai ser melhor" e depois vai ao cabeleireiro recuperar-se da tristeza...

Mas voltando aos Colombianos. Há uma comunidade enorme de Colombianos no Panamá - hoje é que eu percebi quantos são; mais que as mães! São os empregados de mesa mais simpáticos que há e fazem também outros trabalhos equivalentes. Infelizmente as Colombianas têm má fama, associam-nas à prostituição. É certo que as há, mas cá para mim há mas é inveja das panameñas, porque as Colombianas são todas muito bonitas e simpáticas; elas não têm pedalada para a concorrência. A história é parecida com a das Brasileiras em Portugal...

Ali estavam eles, todos emocionados a festejar, e com toda a razão! Não sabem se vão ganhar o Mundial (isto já não se sabe nada!), mas pelo menos já ganharam alguma coisa. Alegres como são, fazem sempre a festa e animam a malta. Força colombianos!


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lunes, 23 de junio de 2014

Já falta pouco...

Depois desta ausência prolongada do blog, pela qual peço desculpa, informo que vou voltar a publicar diariamente. Este pode ser o meu último mês no Panamá e ainda há muitas coisas que tenho de partilhar convosco.

Inspirando-me na ideia de partilhar o que te faz feliz durante 100 dias, decidi que também vou partilhar aqui algo diariamente. Não será necessariamente algo que me faça feliz, mas sim, qualquer coisa que seja parte do meu dia-a-dia e que seja algo talvez inesperado ou simplesmente "típico" panameño. Proponho-me a tirar uma fotografia diariamente e a publicá-la aqui, com um pequeno comentário.

Amanhã será o primeiro dia :) Por hoje ficam algumas imagens da caminhada de este fim-de-semana a um parque nacional!














domingo, 1 de junio de 2014

Parque metropolitano do Panamá

Um dos comentários que oiço de muitos estrangeiros que vivem na cidade do Panamá é que esta cidade cansa. Cansa por muitas razões: há um barulho de fundo sempre, dos carros que apitam, das obras, do movimento, etc; o calor e a humidade sufocam, estamos sempre transpirados; o ar não é saudável; não conseguimos dormir bem, pelo calor, o barulho e a luz.

Enfim, podia continuar a escrever sobre isto, mas a ideia não é dizer que é mau viver aqui. Mas sim, salientar a necessidade que temos de sair da cidade de vez em quando, para "descansar". Além disso, há praias lindas, lugares de selva e natureza espetaculares mesmo ao lado da cidade, e nós aqui enfiados nesta selva descontrolada de cimento.

Hoje, para começar bem o domingo, e na impossibilidade de sair da cidade, fui a um parque, que é uma selva bem preservada e onde podemos ter a sensação que não estamos na cidade. O parque metropolitano. Aqui ficam algumas imagens.






E assim se celebrou o dia da criança no Panamá. Com um bocadinho de piscina depois disto e algumas gomas :)

lunes, 26 de mayo de 2014

Proposta eleitoral: sesta

Já passaram 4 meses desde que cheguei ao Panamá! Agora já acho quase tudo normal. Continuo a achar estranho que as senhoras andem com os rolos de fazer permanente no meio da rua (sim é verdade!), continuo a não entender como funcionam as "não-regras" de trânsito, continuo a irritar-me com os piropos. Mas já acho normal que tudo seja feito com mais calma e tranquilidade, já me sinto completamente preparada para uma boa negociação de preços de táxis, já sei as marcas que gosto de comprar no supermercado...

Claro que é sempre uma descoberta, nada funciona da mesma maneira e a paciência tarda a instalar-se em mim, mas agora até já me sentia preparada para dar dicas a quem chegasse ao Panamá por primeira vez.

O que também é verdade é que este Panamá de agora, não é o mesmo que conheci quando cheguei. Quando cheguei havia um sol fortíssimo a toda a hora, um calor daqueles e eu suaaaava. Agora chegou o inverno. Também há sol fortíssimo, mas não a toda a hora, um calor daqueles e continuo a suuuuar.

A diferença é que agora há CHUUUVA. Sim é uma chuva como deve ser. A chuva forte em Portugal, aqui é chuva molha-parvos. Aqui é que é chover. E trovoadas?! As famosas tempestades tropicais...

O que é curioso é que chove quase sempre à mesma hora: entre as 12h30 e as 14h30. Normalmente saio de casa com um sol fortíssimo. Aí às 11h30 o céu começa a ficar mais escuro e à horinha de almoço, aí está ela, a chuva impõe-se e já não há nada a fazer. Depois de almoçar, vai-se embora...

Os panameños é que têm a desculpa perfeita para fazer a sesta. Os espanhóis são uns meninos em fazer a sesta. Aqui é que devia ser: está um calor que não se aguenta, a hora de almoço já se sabe que dá aquela moleza, ver a chuva lá fora também dá aquela sensação de sofá com chazinho...é a combinação perfeita! Não sei como ainda não houve nenhum presidente que implementasse esta medida. Com tantas medidas estranhas que fazem, esta não ia ser tão descabida...

jueves, 8 de mayo de 2014

Momentos - micro ou macro

No nosso dia-a-dia, quando acordamos, sabemos como vai ser o dia, ou pelo menos temos um plano de como será. Se tudo correr bem, tudo será como planeado. Por exemplo, vou trabalhar, depois ao ginásio, se der tempo vou ao supermercado, etc. Pensamos sempre nestes "macro" momentos que descrevem o dia-a-dia e desvalorizamos os micro momentos que vamos ter.

Os micro momentos são pequenas situações que ocorrem durante o dia e que, normalmente, ficam para nós e acabamos por esquecer. Por exemplo, uma pessoa no autocarro tinha uma t-shirt do CR7,  a pessoa à frente na fila do supermercado tinha um perfume estranho, uma pessoa falou comigo sobre a doença do seu filho, um pássaro voou mesmo sobre a minha cabeça, etc. São coisas que durante uns segundos têm relevância e ficamos a pensar nelas, mas de repente já nem nos lembramos. Também ninguém nos vai perguntar sobre isso, porque são situações "random" e que "não interessam".

Hoje dei por mim a pensar na forma como estes mini momentos contribuem tanto para a nossa vida. São tantos esses momentos diariamente...porque não os valorizamos?
Desde que estou no Panamá sinto que estou muito mais atenta e que registo mais micro momentos - não me esqueço tão facilmente. Muitas vezes são estes "pedacinhos" do dia que me inspiram a escrever o blog.

Hoje um dos meus mini momentos foi quando falei com a senhora que limpa o escritório e ela me contou um pouco da sua vida. Podia ser só um micro, mas decidi transformá-lo num grande momento, porque não me quero esquecer desta conversa.

Tinha deixado o meu passe do autocarro em cima da mesa e ela perguntou se eu também andava de bus. Ficou surpreendida que eu também o usasse.

Depois começou-me a contar que ela também vinha de autocarro e que era a rota mais perigosa, porque havia uma parte da estrada em que só cabia o autocarro e havia ribanceiras dos dois lados e ela tinha muito medo que caísse. Mas disse-me que já estava habituada a viver longe e vir trabalhar para a cidade.

Também me explicou que mora muito longe e que tem de acordar ás 3h da manhã, porque só tem água de manhã. Antes de ir para o trabalho tem de lavar a casa, a roupa, a loiça e preparar o pequeno-almoço e almoço. Tem de lavar a roupa à mão, porque também não tem luz e por isso não tem máquina.

Quando sai do trabalho, demora muito a chegar e tem de ir ao supermercado todos os dias, porque também não tem frigorifico. Cozinha o jantar, arruma a casa, prepara as coisas para os filhos e deita-se às 11h da noite.

Disse-me isto tudo com a cara mais tranquila do mundo, como se fosse uma rotina normal. As únicas coisas que ela queria eram: ter água, luz e mais horas de sono. Mas disse-o como algo nunca alcançável, como um desejo por algo extraordinário.

E perguntou-me onde eu vivia. Senti-me a pessoa mais egoísta do mundo, porque me queixo de acordar às 6h30 da manhã. E quero sempre algo que não tenho. E não me dou por vencida, não penso que é inalcançável. E tenho objetivos muito mais fúteis que ter água e luz. Há dias que me queixo de tudo e mais alguma coisa.

Ela ali estava a limpar, sem sonhos.

Ela continuou a trabalhar e eu também. Este podia ser apenas um mini momento, mas não podia deixar que assim fosse. Não posso fechar os olhos, embora sinta que não há muito que possa fazer para ajudá-la. Mas não posso esquecer o que me disse. Afinal são estes micro momentos que completam o nosso dia e são mais "nossos" que qualquer outro momento.

Espero que estejas a pensar "naquilo" que te aconteceu hoje :)

lunes, 5 de mayo de 2014

Se siente, se siente, Varela presidente

Ontem realizaram-se as tão ansiadas eleições no Panamá. Depois de tantos meses de uma campanha eleitoral intensa, chegou o grande dia e os panameños escolheram os seus representantes para os próximos 5 anos. As eleições começaram às 7h e às 16h encerraram as urnas. Todo o processo decorreu dentro da normalidade (claro que houve algumas denúncias, mas nada de grave) e às 7h30 foi anunciado o novo presidente do Panamá - Juan Carlos Varela.

De todas as sondagens, que tinham sido feitas, este nunca tinha sido indicado como favorito. Pensava-se que ganharia o candidato que representava o partido do atual presidente. Havia até um movimento de cidadãos influentes, que aconselhavam a que as pessoas votassem por Juan Carlos Navarro, que seria um voto útil para combater "juntos" que ganhasse o primeiro. E afinal ganhou Varela, que era o atual vice-presidente e que estava chateado com o presidente - zangaram-se as "comadres" há uns tempos.

Houve muitas coisas que me surpreenderam durante o dia de eleições. As três principais:
  1. À porta das escolas, onde se vai votar, estão representantes dos vários partidos continuando a campanha eleitoral, até ao último segundo - para ajudar aos indecisos, claro!
  2. Os representantes dos partidos políticos visitam as escolas, tentando visitar o maior número possível e em diferentes localidades, como uma última tentativa de conseguir mais uns votos.
  3. Quando se sabe o resultado, o presidente do Tribunal Eleitoral, telefona ao novo presidente para informá-lo. A chamada ouve-se em direto na televisão. Começa a chamada e Varela atende e faz de conta que não sabe do que se trata. Esta encenação e o teatro dão ainda maior espetacularidade ao momento fulcral do dia.
Ao pé da minha casa está uma das escolas onde era possível votar. Tirei algumas fotografias e filmei o momento em que Varela veio visitar a escola, como parte do seu percurso. O barulho era ensurdecer e vivo no 15º piso. Não consigo colocar o vídeo, mas ficam as imagens do antes e depois.



sábado, 3 de mayo de 2014

Cerro Ancón - outra perspetiva da cidade

No Primeiro de Maio fui ver a cidade de uma outra perspetiva. O Cerro Ancón é um pequeno monte e o ponto mais alto da cidade. No topo está a bandeira do Panamá, como símbolo de independência e soberania nacional. É, sem dúvida, um ponto de referência.

Depois de 3 meses, achei que estava na altura de fazer a caminhada. Nada melhor que um belo feriado, com muito sol e energia, para fazer um passeio, com uma amiga muito especial - a Laura.

Aqui ficam algumas fotografias, da cidade e do canal do Panamá.



Esta é a parte da antiga da cidade, com a nova cinta costeira.


E esta a parte nova. Algumas diferenças em tamanho e altura.
 



O canal do Panamá.
 

 Os pássaros que estão sempre a sobrevoar a cidade. São uma espécie de abutres, acho eu. São muito grandes e não têm medo nenhum dos humanos, por isso consegui esta foto tão pertinho.




Um bom passeio matinal :)