viernes, 31 de enero de 2014

Sexta-feira - não tem o mesmo significado no Panamá


E hoje já é sexta-feira!!! Que bom não é? Amanhã acordar tarde; e passear, ou não fazer nada; e ver a chuva lá fora...

Pois, isso não acontece no Panamá.

Primeiro, porque não está chuva lá fora (LOL)! Segundo, no Panamá, na maioria das empresas, também se trabalha ao Sábado, pelo menos de manhã. 

Eles não têm aquela sensação maravilhosa de "Finalmente hoje é sexta-feira!". E, guess what?, eles não têm 2 dias de fim-de-semana! Pessoal, quando pensarem em queixar-se que o fim-de-semana parece sempre curto, pensem nisto...

Mas isto tudo para concluir que os horários no Panamá são diferentes. O horário normal de trabalho é das 8h30 às 17h30. Às 6h nasce o sol e já se começa a ouvir o frenesim.

Há muitas pessoas que se levantam mais cedo e têm de enfrentar uma longa jornada até ao trabalho. Muitas não vivem na cidade e para entrar é o caos; se dentro da cidade já é difícil ir de um lado para o outro, adicionem-lhe uma "IC19" com 2 faixas de rodagem e 2 portagens...

E a verdade é que tudo funciona muito cedo. Algumas lojas abrem às 7h ou 8h, e portanto já está tudo mais que acordado a esta hora.

Este horário não é só durante a semana. Ao fim-de-semana também se acorda cedo. Por exemplo, no próximo domingo vai haver uma caminhada na cinta costeira. A que horas é? Às 6h da manhã, ao Domingo! Havia de ser lindo fazerem isto em Portugal... é que nem o pessoal da organização aparecia!

O sol poem-se às 18h30. Às 21h regressa a paz, que nunca é paz, porque, como eu disse antes, o trânsito continua sempre e as buzinas também.

Bem, espero que o vosso fim-de-semana seja muito bom e aproveitem bem as horas na caminha a ver a chuva lá fora ;) 

Eu amanhã acordo cedinho, 5 da manhã... vão ficar a saber porquê na segunda-feira...

jueves, 30 de enero de 2014

Musicalion

Ontem foi o meu primeiro concerto no Panamá. Foi um dos concertos da programação do Musicalion, um festival no Parque Omar (Podem ver info aqui: https://www.facebook.com/MusicalionPTY?ref=br_tf).

O Parque Omar é enorme. É pertinho do meu trabalho e é ótimo para ir fazer umas caminhadas ao fim do dia. O Festival é totalmente gratuito. É organizado por uma associação cultural, com alguns patrocinios. O concerto começou às 19.30 e foi um espetáculo de rock sinfónico com grandes estrelas panameñas. Gostei muito do espetáculo e do ambiente vivido no público.

Aqui ficam algumas imagens do espetáculo




As famílias e grupos de amigos foram chegando. Traziam uma esteira para pôr no chão e a marmita para o picnic. Um convívio de final de dia, na maior das descontrações. Afinal, é Verão.


 
E quando as estrelas chegaram, já todos estavam a partilhar as fotos nas redes sociais. 

miércoles, 29 de enero de 2014

Segunda língua "oficial" do Panamá

Ontem, quando acabei de escrever o post sobre o "romance silencioso", lembrei-me do quão irónico era este título. Irónico, porque na Cidade do Panamá, o silêncio é muito raro. A cidade é (muito) barulhenta, por imensos motivos. O principal é mesmo o trânsito. Ou seja, andar de táxi é tudo menos sliencioso.

A buzina (ai a buzina !!!) - a melhor amiga do motorista panameño.

Na minha opinião, foi criada uma nova linguagem na cidade, que é usada por todos os condutores. Já cá estou há uma semana, mas ainda não a compreendo no seu todo (nem sei se algum dia vou entender). Aprender uma língua é sempre complicado, mas esta é uma linguagem muito panameña, que acho que só eles entendem.

Vou tentar explicar algumas das regras. Primeira: esta "língua" não é compatível com outras. Se se usa a buzina, não se pode usar: piscas, palavrões, código da estrada, etc. Segunda: a intensidade da buzinadela indica o grau de importância da mensagem - o tom de "voz" é mesmo muito importante. Terceira: o número de vezes e o ritmo com que se buzina é que passam a mensagem.

Algumas mensagens mais utilizadas (se eu entendi bem!):

"Vou virar para a direita/esquerda" - um toque simples.

"Sai da frente, que é a minha vez de passar" - toque forte prolongado; se a pessoa não entender logo, pode repetir-se este ritual as vezes que se considerar necessárias.

"Acelera, que já está vermelho, mas eu ainda quero passar" - vários toques muito seguidos, terminando com um prolongado.

"Oh boazona, estou te a ver" - toque leve (podendo ser repetido), sempre acompanhado de um ligeiro abrandamento da velocidade do carro. (Claro que isto implica sempre que o carro que venha atrás, buzine também, para reclamar).

"Estou livre, precisa de táxi?" - 3 toques leves e seguidos.

Estas são só algumas das infinitas frases que podem ser feitas utilizando a buzina.

A buzina, claro, é mais um instrumento de condução; indispensável a qualquer hora (noite, madrugada, whatever!). 

Imaginem muitos carros no trânsito, todos numa comunicação continua...é música para os ouvidos...tão bom! É uma língua assim como o italiano ou o francês. Dá gosto ouvir a melodia, mesmo que a pessoa não perceba nada! 



Eles tentam...

martes, 28 de enero de 2014

Táxi - um romance silencioso

Devido ao mau funcionamento dos transportes públicos, entenda-se autocarros, a forma mais "fácil" de nos deslocarmos é de táxi.

Existem autocarros, mas nunca se percebe muito bem para onde vão, onde param e a que horas passam...ou seja, existem, às vezes vejo-os a passar, mas se tenho um horário para cumprir nunca posso confiar neste meio de transporte. Mas não será sempre assim, está a melhorar e em Março até já vai haver metro também, por isso hei-de voltar a escrever sobre este tema.

Voltando aos táxis.


1- Apanhar táxi

Pedimos a um táxi para parar; abre a janela, dizemos o destino e o motorista reponde se sim ou não. Sim isso mesmo: respondem muitas vezes que não! Isto porque o táxi, na verdade, funciona como um autocarro.

Entra o primeiro cliente e diz o destino. Depois, mais à frente um novo cliente pede para entrar. Se o seu destino não for compatível com a rota do primeiro cliente, não pode entrar; se for, pois grande sorte, e siga viagem.

E assim é, partilha-se táxi com pessoas desconhecidas, que querem ir para a mesma direção que nós. Este processo de apanhar táxi pode ser rápido ou pode demorar muito tempo; depende da sorte!

2- Pagar

Quando chegamos ao destino, há que pagar. Mas aqui não há taxímetro; nem eu tenho culpa de termos ido dar grande volta, porque os outros passageiros queriam ir para sitios desviados; por isso como se define o preço? Bem, esta é a minha parte favorita - eu defino o preço, yey!

Eu sei quanto vale o meu trajecto - de casa ao trabalho, varia de 2 a 3 dólares - então olho para o taxista e dou-lhe o dinheiro, e depois é o momento "tchanan".
Eu espero, ele olha para mim... se achar que paguei suficiente deseja-me um bom dia; se achar que lhe dei pouco, fica a olhar para mim...e eu dou mais um pouco e assim por diante, até chegarmos a este acordo silencioso de troca de olhares. É romântico, verdade?!

Depois há alguns truques, como em qualquer romance: adoram que lhes pergunte como é a vida deles; que fale do Cristiano Ronaldo; do frio (sim, adoram falar do frio na europa!)... e se eu conseguir meter conversa, sei sempre que no destino a troca de olhares vai ser rápida e vou pagar menos.

Resumidamente este é o processo de andar de táxi. Não é uma ciência exata, alguns até pedem o dinheiro que querem receber, mas no geral é assim que funciona.

Depois há que pensar que o trânsito é um caos, que nunca sabemos bem quanto tempo vamos demorar a apanhar o táxi, nem no trajecto...e por isso há que ir com tempo e paciência para chegar ao destino... sempre com calma e paciência!

PS: Os taxistas aqui são muito polivalentes e fazem muitas coisas enquanto conduzem de forma louca. Hoje o taxista que apanhei, decidiu pôr as suas gotas nos olhos enquanto ultrapassava 2 carros, perto de um cruzamento...claro que lhe dei mais uns trocos por esta habilidade panameña ;)

lunes, 27 de enero de 2014

Telemóvel - uma relação obcessiva

No Panamá, é comum vermos pessoas com telemóveis topo de gama. E andam com eles para todo o lado. Já andei no táxi com motoristas que vão a conduzir, a ouvir rádio e...a jogar no telemóvel! E também há muitos que têm dois, um para fazer de GPS e outro para falar e jogar e tudo e mais alguma coisa...o que é certo é que é raro não os vermos a mexer no aparelho.

No entanto, não foi isto que me levou a escrever sobre os telemóveis...hoje o tema é: como funciona a relação do cliente com a operadora móvel.

Em primeiro lugar, pode comprar-se um cartão SIM em qualquer esquina. Portanto, o primeiro passo é fácil - comprar cartão. O segundo passo é carregar o telemóvel - também é fácil. Basta ir a qualquer lojinha e comprar uma "raspadinha". Há raspadinhas de vários valores, escolhemos quanto queremos carregar, raspamos e temos um código, que enviamos via sms à operadora e já está - telemóvel a funcionar!


E era tão bom que a história acabasse por aqui, mas não! É que a operadora persegue-nos! Sim isso mesmo...Por dia recebo 3 a 4 sms com publicidade (Hoje foram 5!!!). Uma das sms é certinha, às 8h59 aí está ela e depois vão chegando durante o dia...

E não é só isto: reinicio o telemóvel, e pede para introduzir dados pessoais (claro, para saberem mais sobre mim!); mando um sms para portugal, recebo uma sms de publicidade a informar-me das promoções para chamadas internacionais...enfim, sinto-me perseguida!

A última mensagem de hoje diz que eu posso "chatear" à vontade, mas eu já estou é chateada...e pensar que vai ser assim sempre...todos os dias!

E, por hoje é isto: o desabafo sobre a perseguição da "Más móvil"!

 
"Chatea" - significa usar chat

domingo, 26 de enero de 2014

Primeiras imagens da Cidade do Panamá

 



 
 No caminho encontrei um grupo de jovens a treinar uma dança tradicional
 
 
 
Nestas duas fotos pode ver-se os dois lados da Baía da Cidade do Panamá:
o contraste entre a zona nova e a zona mais antiga da cidade.
São duas realidades muito distintas numa mesma cidade.
A zona antiga é chamada de Casco Viejo ou Casco Antíguo.
 


A prova de que eles dizem mesmo "Pretty"...aqui está um café pritty pritty.
 


viernes, 24 de enero de 2014

Muito bem-vindos ao blog "Pretty - Merdas de que não me posso esquecer".

"Merdas de que não me posso esquecer" é o título de um caderninho que os meus colegas da zon optimus me ofereceram no último dia, e onde primeiramente pensei escrever todas as experiências que vou viver nos próximos meses, em que vou estar no Panamá.

Mas, depois de pesquisar e falar com amigos portugueses, percebi que sabemos muito pouco sobre este país, certo? Então decidi que, mais do que não esquecer estes momentos, é importante partilhá-los, para que todos possamos conhecer melhor o Panamá.
E é isto que vou tentar fazer nos próximos meses, contando as minhas histórias e experiências desta vida "panameña".


A primeira história que me contaram, ajudou-me a finalizar o nome do blog:"Pretty". 

No Panamá, o espanhol tem muita influência americana; há palavras que são uma junção de espanhol com inglês e outras palavras do inglês que são adicionadas ao espanhol.
Pretty é a palavra que usam para dizer "fixe" ou "cool". E como o Panamá é Pretty, em ambos os sentidos da palavra, esta pareceu-me ser a forma ideal para descrever o que o que aqui se vai passar...