miércoles, 26 de febrero de 2014

De malas e bagagens - FINALMENTE!

Acabou! Já tenho uma casa! Depois de mais de um mês de busca e angústia, desilusão e cansaço, finalmente assinei um contrato e tenho uma casa!

Não sei explicar o que sinto. Por um lado, um alivio enorme por saber que já não vou ter de procurar mais, nem ter de lidar com a incompetência e "sacanagem" destes agentes. Por outro lado, parece que ainda não acredito que está mesmo tudo bem; será que não vai acontecer alguma coisa? O meu nível de desconfiança vai ao ponto de pensar: eu tenho as chaves da casa, mas e se de hoje para amanhã mudam o canhão da porta?! Já penso em tudo... Mas vou acreditar que isso não possa acontecer; era demasiado rebuscado!

Foi um dia daqueles...à hora de almoço chegámos à conclusão que não íamos conseguir o apartamento que queríamos. Nisto, já uma dizia que tinha de ficar no quarto onde estava, dada a proximidade do fim do mês, e que não podia arriscar ficar sem casa. E eu, no meu momento de desespero, pensei em telefonar a outros apartamentos dos quais tínhamos gostado, mas não tínhamos avançado.

Ligo para uma agente e ela diz-me que sim, que o apartamento estava livre. Tinha de lhe enviar os documentos dentro de uma hora. Envio e liga-me a dizer que já havia umas pessoas que tinham marcado para ir assinar o contracto às 7h, e portanto tínhamos de ir às 6h30 para "roubarmos" a casa para nós. Nem pensei duas vezes, "sim às 6h30 lá estarei". (Isto para verem até que ponto é que eu já acho isto normal!).

Às 5h liga-me a dizer que afinal as outras pessoas tinham marcado às 6h30, tínhamos de ir às 6h. Presente às 6h! Estávamos a falar com o senhorio, documentos e dinheiro...tudo conforme o combinado. Às 6h30 liga o outro agente que estava, com as pessoas para assinar o contrato, na entrada do prédio. O senhorio põe a chamada em espera e pergunta: "Isto é mesmo a sério, têm aí o dinheiro?".

Saco de $1400 em notas de 20 (aqui no multibanco só saem notas de 20) e nem precisei dizer mais nada. Ele responde ao telefone a dizer que já estava a alugar e que, portanto, não os iria receber. E pensam que eu me senti mal por fazer isto?! Nada...é que a mim também já me tinham feito e eu não podia pensar 2 vezes; ou este apartamento ou nada! Aprendi a lei da selva. Só quando sai de casa - e depois de estar a festejar algum tempo - me apercebi o quão baixo tinha descido; coitadas das pessoas que tinham tudo marcado para assinar contrato ( e era uma família!).

Enfim, concluindo tenho umas chaves e amanhã vou-me mudar. E melhor, é no mesmo edifício onde estou a viver, dois andares acima. é só subir o elevador e já está. Só espero amanhã não estar a escrever a dizer que aconteceu algo completamente insólito ;)

Nesta casa não vou ter internet, por enquanto, e por isso vai ser complicado ir atualizando o blog. Além disso Sábado vou de férias :) yey! Por isso, considerem-se de férias também!

P.S: Gostava que o blog fosse um pouco mais interativo. Há algum tema que queiram que eu fale? Alguma curiosidade que queiram saber do Panamá! Deem ideias :)

Beijinhos e Bom Carnaval :)

martes, 25 de febrero de 2014

Quem espera, sempre alcança (paciência)

Hoje vou falar de algo que está muito relacionado com algo que já falei anteriormente e sobre o qual vou continuar a falar. Talvez este seja o ponto onde se nota uma maior diferença cultural: o atendimento ao público.

Já tinha falado da falta de sorriso e vontade que os panameños demonstram e dei alguns exemplos. Este é um problema com o qual me deparo todos os dias e, quer queiram ou não, me continuam a surpreender e a jogar com a minha paciência.

Fui comprar um bilhete de autocarro de longo curso. Aqui todos os bilhetes têm de ser comprados presencialmente (internet, lá para 2040, talvez) e num único sitio. Como seria de esperar, geram-se filas, mas não como estamos habituados...

É que aqui há uma bilheteira para cada destino. Cada vendedor só vende para 1 destino. Se não houver ninguém para esse destino e o colega do lado estiver com uma fila enorme; pois, vai descansar e esperar que "chova". Há portanto muitas bilheteiras e também muitas pessoas.

Chegando ao terminal, procura-se a bilheteira do destino e espera-se na fila. No Panamá, quase sempre desespero de tanto esperar. Quando chegou a minha vez, a senhora disse que tinha de organizar uns papeis, para eu esperar uns minutinhos.

Tudo estaria bem,não fosse a senhora aproveitar para ver uns documentos, imprimir, sublinhar, tirar apontamentos...uns 15 minutos, no mínimo! A fila sempre a crescer e ela, ali estava, tranquila, fazendo a sua análise, como se fosse normal. A pressão das pessoas em nada a afetava.

E pedir desculpa? E propor outras opções? Nada, continua com a sua cara trombuda e as pessoas vão pelo mesmo caminho. Quem espera,acaba por adotar a cara panameña...não há outra forma.

lunes, 24 de febrero de 2014

El Valle de Antón

Faz hoje um mês que comecei o blog :) e isso também significa que já estou no Panamá há 1 mês e 2 dias. Tem sido uma experiência incrível! Muitas coisas tenho partilhado convosco e agradeço imenso todo o apoio que tenho sentido da vossa parte. Apenas num mês, o blog já tem mais de 1650 visualizações! Muito obrigada! :)

Este fim-de-semana fui novamente passear e descobrir outra área. Fui a El Valle de Antón. O vale é a cratera de um vulcão e é um sítio para ir, descansar e estar em comunhão com a natureza.

Há piscinas de água termal, cascatas, caminhos pedonais pelas montanhas, zoológicos, mercado de artesanato e frutas, etc. É muito verde e tranquilo. Ótimo para ir passear um fim-de-semana fora da cidade poluída e barulhenta. Além disso, é muito perto - 2horas de autocarro - o que o torna o local perfeito para uma escapadela.

Podem não acreditar, mas a cidade é tão barulhenta (e o autocarro também) que quando chegámos, todos sentimos uma sensação de falta de ruído, faltava algo...parece que se ouvia um zumbido...

Depois fomos logo para as piscinas de água termal, fazer os tratamentos com lamas e relaxar na água quentinha e cheia de minerais.


 O barro castanho é para peles sensíveis e o branco para peles normais.
 

Depois andámos por cascatas e caminhos pelas montanhas, com muita natureza e vento fresquinho. Até sabe bem um ventinho depois de um mês sem sentir frio ;)




Nesta foto parece que a minha cabeça está despegada do braço lol mas é a única que tenho onde se vê bem a cascata. Agora, por ser verão, tem pouca água, mas tem 30 metros de altura e água muito cristalina.




A piscina natural com água da cascata. Fresquinha! Até parecia Portugal ;)
 

O início do caminho de 1h30 para ir até ao mirador, onde é possível ver os dois oceanos - Atlântico e Pacifico. Mas chegámos e só vimos terra; estava um pouco nublado...mas valeu a pena o esforço! A caminhada pela montanha também é interessante. Muitas borboletas de todas as cores, lindas lindas!




Esta pedra foi pintada pelos indígenas há 600 anos atrás.
Por trás das nossas cabeças podem ver os risquinhos.
 
 
E assim foi um fim-de-semana na natureza! O Panamá tem opções para todos os gostos...

viernes, 21 de febrero de 2014

Vota em mim!


Em Maio há eleições no Panamá. É algo que é impossível não reparar, mesmo que não se possa votar no país. Há cartazes por todo o lado. Cartazes, bandeiras, carros enfeitados, entrega de flyers...tudo o que possam imaginar.

Quando cheguei, em Janeiro, já havia muitos cartazes, mas parece que todos os dias há mais. Acho que em Maio até as estradas vão estar forradas com caras de políticos. Cada poste tem 3 cartazes, em média, e todos os postes têm.

Na maioria, são bastante rudimentares: fotografia do candidato, nome do candidato e nome do partido. Não há slogans, nem mensagens elaboradas - parece que não são dados a promessas, será?

Ficam aqui alguns exemplos desta campanha renhida.


Os típicos postes. Cartazes e bandeirinha a acompanhar. No poste da direita estão 4 cartazes e 1 bandeira. Conseguem ver? Pois... será que esta "decoração" das ruas é eficaz para passar a mensagem política pretendida? Fica a questão.
Eu acho que a preocupação deles é mais esta: "eu tenho mais cartazes, toma toma toma".


Este senhor, coitado, foi o último a pôr os cartazes aqui na rua. Estão todos assim na base do poste. Ele devia ser o que tinha menos budget e além de ter os cartazes mais pequenos, foi o último a sair da gráfica. Eu votava neste só por pena de ser o pobre renegado, que só lhe resta este pedacito de poste...


E há os mais fashion. O cartaz já está num mupi e não num poste. Já se nota que há um certo design, uma mensagem subtil ao colocar uma criança. Escrever como se fala, para mostrar proximidade ao povo. Muita pinta!


E o meu preferido! Olhem-me o estilaço do Tio Gabriel!! 
O bigodinho, o seu fio ao pescoço - um tio! Além disso é honesto. Ele não promete nada, só diz "¡Quiero tu voto!". É o que todos querem; palavras para quê?

Há muito mais para falar sobre esta campanha eleitoral - é só pérolas - mas fica para a próxima. Espero que tenham um bom fim-de-semana...e já sabem, votem no Tio Gabriel! :)


jueves, 20 de febrero de 2014

Chiva, que no pare la fiesta!

O sistema de autocarros implementado é muito recente e por isso, muita vezes, não funciona na perfeição. Até há bem pouco tempo o que existia eram os Diablos Rojos. Eram uns autocarros muito improvisados.

Os autocarros escolares americanos, que já não funcionavam, eram aqui utilizados como o meio de transporte público. Eram pintados e "quitados" e aí andavam eles. No que respeita a mecânica não percebo nada, mas arrisco a dizer que não havia grandes alterações; enquanto andasse todos estavam contentes.

Hoje em dia ainda se vê alguns a circular pela cidade, que complementam o serviço de autocarros moderno. Quando passam deixam um rasto de fumo e barulho. É difícil não nos apercebermos que um acaba de passar ou está a chegar.

Mas estes autocarros são também utilizados para outro fim: festa! As famosas Chivas, festas tipicamente panameñas. E ontem foi a minha primeira Chiva :)

Os autocarros são adaptados para mini discotecas. São pintados, têm sistema de som (bastante potente!), um bar e estão prontos para a festa. Um grupo de pessoas aluga a Chiva e vai passear pela cidade nesta discoteca ambulante.

Há sítios onde se agarrar, porque com este trânsito doido, pode haver bastante "turbulência". O DJ vai animando a festa, enquanto no bar se servem bebidas para todos os gostos. Dependendo da forma como é negociada a Chiva, pode incluir bebidas, comida, um passeio mais longo ou mais curto...enfim, pode ser diferente, mas há algo que é sempre igual: uma grande festa!

As pessoas dançam e convivem (embora não consigam falar devido ao elevado som!) e passam um excelente inicio de noite para descontrair.

Aqui ficam algumas fotos de ontem (tiradas pela Fátima, que sendo leitora do blog, se ofereceu para fazer a cobertura fotográfica. Muito obrigada!).




 
E está tudo pensado! Nas janelas e no bar existem os buraquinhos para pôr os copos, para que se possa poisar e nada se entorne. Uma organização de elevada categoria! ;)

martes, 18 de febrero de 2014

Sim sim, está bem abelha

Estou cansada, farta e já não aguento mais. O tema que me tem ocupado mais tempo e mais paciência é encontrar casa. Estou cansada, farta e já não aguento mais.(Sim eu sei que está repetido, mas tenho que repetir para exorcizar a frustração!)

Amanhã já faz 4 semanas que estou no Panamá e desde então que ando nesta saga. Quase todos os dias vou ver casas, faço telefonemas, procuro mais...e até agora nada!

Há muita oferta. Durante os primeiros tempos, o problema era saber como selecionar. Depois foi a descoberta do que existia. Tendo os filtros todos, começou a busca bastante intensa. Mas ainda não sei nada sobre esta "ciência" de encontrar casa.

Já vi quase tudo. Como disse antes, há mesmo muita oferta. No entanto, o problema não são as casas, são as pessoas.

Sabem aquele cliché de que na América Latina dizem sempre que sim e depois nada? Pois, nunca pensei que fosse tão difícil conviver com isso. E juntando aquele sorriso e vontade,que só os panameños têm (falei disto anteriormente), torna este processo bastante frustrante.

O que me deixa ansiosa, sem paciência e muito farta é que não sei o que esperar. Não consigo confiar. Não sei interpretar as entrelinhas. Uma negociação que aparentemente podia ser simples, está a pôr-me à prova e a testar todos os meus limites no campo da paciência.

Vou ver a casa, se gosto, falamos e combinamos para assinar o contrato no dia seguinte. Tudo perfeito! No dia seguinte há sempre alguns detalhes...afinal aquele "vamos assinar o contrato", quer dizer: "até pode ser que consigas, vamos falando". E arrasta-se no tempo. Todos os dias há "detalhes" novos. E estes detalhes têm que ser falados pessoalmente. Perde-se tempo e paciência.

Sinto mesmo que o problema sou eu. Sou eu que não consigo entender. Estou a aprender, mas muito lentamente. Está a ser uma aula de negociação bem difícil e, no fim, espero conseguir passar a esta "cadeira". Nem que seja com um 10 à rasquinha (ou um 9,5)... só quero uma casa!!!

lunes, 17 de febrero de 2014

Contrastes

Contrastes, porque o Panamá também é feito disso. Como em muitos países em crescimento e, mais precisamente, na América Latina/Central vê-se muitas diferenças. Dois mundos que caminham lado a lado e que não se cruzam.

Há muitas evidências disso. Há zonas onde só há ricos, porque os preços são proibitivos e há outras onde só vemos pobres; os ricos não precisam de estar ali. E este fim-de-semana consegui viver o extremo destas duas realidades no mesmo dia.

Ao Domingo há que relaxar e nada melhor que ir a uma piscina, apanhar sol, beber uma cervejinha e descansar. No Panamá quase todos os edifícios novos (de ricos!) têm piscina. São piscinas pequeninas, não se sabe muito bem se a água está limpa, mas servem perfeitamente. No entanto, uma pessoa que é chique, merece melhor.

Aí fomos nós - Hotel de 5 estrelas connosco. Entramos com ar confiante e procuramos a piscina. Ninguém nos pergunta nada. Com este ar de estrangeiras (e ricas!) entra-se à vontade. Também há que saber tirar partido da falta de organização no país; não é só reclamar, há que ver sempre o lado positivo.

E que bela tarde. Caminhas sobre a água, três piscinas, sol e sombra, vista do mar,tudo para nós! Um luxo de hotel de 5 estrelas, que pelo menos nos próximos tempos nunca vou poder usufruir "legalmente".




Enfim uma canseira esta vida de rico.

E depois há que voltar à realidade, ao outro mundo.
Fui a Albrook, onde há um centro comercial gigante e onde fica também um terminal de autocarros.
Fui de autocarro. Cada viagem custa 0.25$. Por aqui já se percebe que o público é bastante diferente daquele que frequenta os hotéis de 5 estrelas.

A viagem foi a parte mais importante desta experiência. Centros comerciais há muitos, embora este também tivesse uma particularidade: paga-se para ir à casa de banho, curiosamente (ou não) também é $0.25.

Ir e vir num autocarro, onde ainda não percebi onde pára, nem sei por onde vai, dá bastante adrenalina. Passando os vários bairros, vê-se o outro Panamá. Aquele que quem quiser nunca vê. Está perto, mas é muito fácil esquecer que existe.

No fim, fiquei muito orgulhosa, porque aprendi a andar de autocarro na cidade. Ou pelo menos, já tenho algumas bases. Já fui e vim de autocarro para o trabalho, e começo a adaptar-me ao mundo que está mais perto do meu.

Tenho a sorte de estar numa zona cinzenta entre os dois mundos. Uma vezes mais perto de um, outras vezes convivo com as realidades do outro. Quero continuar a fazê-lo. Por um lado, porque sabe tão bem ter luxos e por outro, porque não quero esquecer que existe o outro.

P.S: E ontem, convivendo mais de perto e estando numa posição de "igualdade", conheci o lado mais simpático dos panameños. As 1001 pessoas a quem perguntei sobre os autocarros, responderam...e a senhora que ia ao meu lado, até me disse para eu ir descansada que quando fosse a minha paragem me avisava. Fiquei mesmo surpreendida. Acho que a postura mudou, porque naquele momento estávamos todos no mesmo mundo.

viernes, 14 de febrero de 2014

Não precisam enviar chocolatinhos

Hoje é dia de S.Valentim e também se comemora no Panamá. Como é exatamente igual, não há muito para falar sobre isso.

Tudo se processa como estamos habituados, execpto o facto de não se poder mandar cartas românticas, nem encomendas de peluches ou chocolatinhos. Porquê? Porque no Panamá não existem correios.

Cada vez mais dizemos que já ninguém manda cartas e que os correios não são tão necessários como antigamente. Verdade. Mas continuam a ser essenciais para enviar documentos importantes, para enviar encomendas, etc. No Panamá não há.

Ou melhor: pode ser enviado correio do Panamá para outro país, mas não o inverso. Nem de um sitio para outro dentro do país.

Eu descobri isto quando queria enviar um postal para Portugal e, nas lojas de recordações, me disseram que não têm, porque as pessoas não os podem enviar por correio e, portanto, não os compram. Poder até podem, mas não há grande garantia de que vão chegar ao destino.

Ainda não percebi muito bem porque é que não há correios, mas penso que seja só porque ainda não deu tempo de organizar esse sistema. Uma boa oportunidade de negócio ;)

Entretanto, as empresas que precisam de mandar faturas para casa (água, luz, gás, tv cabo, etc) têm os seus próprios estafetas que tentam entregar as faturas (algumas empresas nem têm e portanto as facturas não chegam...). E usa-se o FEDEX/UPS para receber correspondência no Panamá.

E depois também há a questão das moradas...ainda há muito por fazer neste âmbito!

E pronto, lá se foram todas as minhas esperanças de receber peluches e chocolatinhos de Portugal lolol ;)

Bom fim-de-semana!

jueves, 13 de febrero de 2014

Sentir é diferente de ver

Na terça-feira tive uma experiência, que quero muito partilhar, mas ainda não tinha "digerido" bem a informação para conseguir escrever sobre isso. Conheci uma realidade sobre a qual já tinha ouvido falar, já tinha visto reportagens, mas nunca pensei que me impressionasse tanto ver e estar num sitio assim. Vi um outro lado do Panamá, que não vou esquecer.

Estou a trabalhar numa empresa farmacêutica e tinha muita curiosidade de saber como era o trabalho dos delegados de informação médica. É uma área de negócio totalmente nova, que desconhecia e, como sempre, gosto de ir ao terreno para "sentir" como "mexe".

E aí fui eu. Fui acompanhar uma delegada de informação médica no Panamá. Fomos a várias clinicas privadas na periferia da cidade. Quanto ao trabalho de delegada de informação médica, achei uma seca, mas quanto ao dia, sem dúvida que nunca vou esquecer.

Clinicas privadas não significa luxo. Há de tudo, claro, mas na periferia estas clinicas são um complemento ao sistema de saúde público. São muito pequenas, no máximo com 3 gabinetes médicos, e são diferentes! E foi esta diferença que me chocou.

Sim sabemos que há pobres, sabemos que o sistema de saúde é relativamente mau...mas estar lá é diferente. Pelo menos para mim foi.

Em primeiro lugar, nenhum dos consultórios tinha uma maca, ou aquelas caminhas branquinhas com um papel por cima, nada disso. Para isso servia uma mesa, ou uma cómoda, ou uma espécie de prateleira, sempre em madeira. Ás vezes com um lençol por cima, outras vezes não.

Eram sítios sujos, sem organização, onde não apetecia estar. Onde, se eu estivesse doente, nunca iria por escolha própria. Onde as pessoas que estavam na sala de espera eram diferentes de todas as pessoas que eu já vi na cidade. Onde os médicos tinham pouco mais que um estetoscópio.

O consultório que mais me impressionou foi de um ginecologista. Tinha uma cómoda para as senhoras se deitarem (um móvel com gavetas, sim!) e nem um lençol tinha por cima. Nas pontas da cómoda aparafusaram aqueles metais para pôr as pernas... e é isto. Era um sitio tão pequeno, que não cabia mais nada. E sujo. Mas tinha um plasma gigante na parede para ver as ecografias das grávidas. Não entendo as prioridades...

Continuo a sentir que não consigo descrever bem aquilo que vi. Não pude tirar fotos, por razões óbvias, e acho que muito do ambiente que ali se vive não "cabia" nas fotos...

Como disse inicialmente, é uma experiência que não vou esquecer e uma realidade que espero que deixe de existir em todo o mundo o mais rapidamente possível.

miércoles, 12 de febrero de 2014

Não é um tema fácil, é fútil

Estou muito preocupada e tenho de pedir ajuda, por isso vou escrever sobre isso. Pensei muito antes de escrever sobre isto, acreditem, mas decidi que vai ter de ser...

É que é um tema fútil! Mas é importante e que interessa a homens e mulheres De qualquer forma, percebo se quiserem deixar de ler a partir daqui. Aos que desistem, obrigado e até amanhã.

Aos que são resistentes (ou curiosos!), o tema é: queda de cabelo.

A mim sempre me caiu o cabelo, e sempre muito, mas desde que cheguei ao Panamá que o cabelo me cai mesmo mesmo muito. É assustador, e por isso estou mesmo preocupada. Não quero ficar careca!

Falei com outras pessoas que vivem cá, que me disseram que lhes acontece o mesmo. Algumas tomam vitaminas ou usam champôs específicos, mas quase todas estão a tentar lutar contra este flagelo, sem sucesso.

É que não é assim uns fiozinhos de cabelo. É ao ponto de que quando lavo o cabelo, o ralo entupir com a quantidade de cabelo que cai. E lavo o cabelo todos os dias, porque se não fica super olioso...deve ser do calor e da humidade.

Mas porque cai tanto o cabelo?! Muitos acham que é da água. Na cidade do Panamá, a água é potável. Sabe a terra, mas de resto parece tudo normal. Bebo todos os dias e nunca aconteceu nada. Será de lavar o cabelo com esta água?

Acho que também vou tomar as vitaminas e comprar um champô, mas penso que não vai resultar, dado que a maioria das pessoas que o está a fazer, não vê resultados.

Alguém sabe alguma "mezinha" que possa ajudar? Sugestões aceitam-se! Isto é para o bem comum dos estrangeiros no Panamá. Por favor! É que ninguém nos fala disto na consulta do viajante...mandaram-me tomar medicamentos para a malária, quando nem há mosquitos na cidade, e receitarem perucas, nada! ;)

Mais uma vez desculpem falar sobre um tema tão fútil, mas acreditem que é importante; isto acontece no Panamá.

martes, 11 de febrero de 2014

Frango Panameño

Hoje estive a falar sobre comida com uma panameña, que já esteve em Portugal, e percebi que este tinha de ser o tema do blog.

Perguntei-lhe se tinha gostado da comida portuguesa e fez assim uma cara de não, mas disse mais ou menos, para não ser mal educada. Acabou por dizer que tinha sentido muita falta de comer frango. E aí fez-se o click: frango!

Arriscar-me-ia a dizer que os panameños comem frango todos os dias. Há frango em tudo; até no McDonald's há uns 5 menus de frango. Há uma cadeia de restaurantes que se chama "Pio Pio" - acho este nome bastante sádico para um restaurante, lol - onde só há frango. E também há o YapYap e o KFC, só frango!

E nos restaurantes de comida panameña quase todos os pratos têm frango. Os dois pratos mais conhecidos são: Sancocho e arroz de frango. Ambos os pratos cujo ingrediente principal é frango.

Além do frango, há mais dois ingredientes que estão quase sempre presentes num prato panameño: arroz e banana. O arroz pode ter vários ingredientes adicionados: feijão, milho, côco, ervas, vegetais, etc - mas um de cada vez. A banana é especifica para cozinhar. É maior que a banana normal e é verde. Cozinha-se de muitas formas: cozida, frita, envolta em caramelo, etc.

Ou seja, um prato super típico seria: frango, arroz e banana. E aqui está - Sancocho!


Sancocho é uma canja, com ervinhas e mandioca. A mandioca e o frango vêm em bocados grandes, como se pode ver na foto. É servido com arroz e banana. Eu gosto muito, porque é menos enjoativo que a canja, devido às ervas, e parece-me que tem todos os ingredientes necessários para uma refeição completa. O arroz pode comer-se fora da sopa, pôr dentro ou ir molhando. Não há regra.

Partilho também o menu de almoço típico de um restaurante panameño. Começa com sopa, depois prato principal e sobremesa. Inclui também sumo de máquina.


A sopa é pequenina. A taça é do tamanho de uma chávena, mais ou menos. Normalmente é salgada e ligeiramente picante, e tem carne (adivinhem qual? parece que passaram no teste!). Vem acompanhada com um mini pão.


E o prato principal tem: frango, arroz e banana. Que surpresa! Acho amoroso que o arroz venha sempre num montinho, assim como os castelos de areia na praia, que fazíamos com o balde, E a banana é o "legume" que faltava no prato. Neste caso, é a "tentação/delicia" de banana. É banana cozinhada em caramelo - tão viciante!
A sobremesa é muito pequenina. É o suficiente; não é como as nossas taças gigantes.

Hei-de voltar a falar sobre este tema, porque ainda há muito mais para dizer, mas esta é a informação base :) Resumidamente, acho que se continuar a comer isto todos os dias, vou ter de comprar mais um lugar no avião de regresso para Portugal ;)


lunes, 10 de febrero de 2014

Celebrar no Panamá

Em primeiro lugar, quero muito agradecer a todos, porque em 2 semanas de blog já ultrapassei as 1000 visualizações :) Parece que estão a gostar do Panamá! Continuem a ler e a partilhar, sff ;)

Em segundo lugar, hoje também vou escrever sobre uma celebração muito importante, que marcou a última semana e especialmente o fim-de-semana: os 100 anos do Canal do Panamá.

Foi mesmo a festa! A festa a que toda a gente foi, onde estava a Cidade do Panamá em peso, e foi muito bom. Foi um evento gratuito, com concertos de artistas nacionais e internacionais reconhecidos, havia jogos e atividades, o musical do Shreck...enfim uma grande comemoração, como este momento assim o exige.

Algumas fotografias no concerto do Juan Luis Guerra
(é super famoso! eu não fazia ideia quem era, alguém conhece em Portugal?!)





 
Eu sei que nas fotos não parece, mas era proibido beber álcool no recinto. Era um recinto ao ar livre, com relvinha. Aqui é normal que nos grandes eventos não se possa beber, para garantir a segurança de todos... mas lá estávamos nós (e não só!) a quebrar as regras com a cervejinha e os copos de "coca-cola".
 
Foi muito divertido, toda a gente a dançar e a celebrar, num convívio super pacifico e com muita segurança, mesmo!
 
E este fim-de-semana também conheci dois sítios espetaculares do Panamá:
 
1- La rana dorada: é uma cervejaria com cervejas artesanais. Para escolhermos trazem 4 copinhos de shot de cerveja diferente, para podermos provar. E há happy hour das 12h às 18h e não fica nada caro. Um sitio muito engraçado, e nem parece que estamos no Panamá. Há várias espalhadas pela cidade.
 
2- Hard Rock: discoteca num terraço ao ar livre no 62º piso. Brutal! A vista da cidade é linda, a música é boa, as bebidas não são excessivamente caras e as raparigas não pagam entrada até às 24h ;) Os rapazes só pagam $10, não se queixem!
 
Como podem ver, há muita festa no Panamá!
 

viernes, 7 de febrero de 2014

Sorriso e Vontade :)

Depois de tudo o que tenho escrito, sempre a dizer o quão lindo é o Panamá, hoje decidi partilhar uma informação super importante e que, com certeza, vos vai surpreender.

Primeiro, vamos fazer um exercício: pensa na imagem/estereótipo que tens da América do Sul; como são as pessoas, como é o ambiente na cidade, etc. Pensa durante um bocadinho sobre isto...

Agora vou explicar um dos aspetos que não correspondeu de todo ao meu estereótipo, e vamos ver que te parece.

O tema é: simpatia. A minha ideia sobre a América do Sul é: pessoas muito disponíveis, sempre com um sorriso nos lábios, sempre prontas a ajudar, comunicativas, etc. Corresponde ao teu?

Se pensas encontrar isto no Panamá, vais surpreender-te. Em primeiro lugar, porque as pessoas não são disponíveis, nem se preocupam como estás. Ou seja, se alguém te visse assim com um ar perdido na rua, provavelmente não te abordariam para te ajudar.

O sorriso. Já vi muitos panameños a sorrir e penso que até podem ser alegres nos seus grupos de amigos e nas festas, mas no dia-a-dia, não. Vou a um restaurante, supermercado, lavandaria, loja...seja onde for, nunca sorriem. Não sei se pensam que para parecerem mais profissionais têm de ter um ar sério ou se realmente não querem sorrir. Acho que é mais a segunda, mas gosto de pensar que há uma possibilidade que seja a primeira!

Resumidamente, não são simpáticos. Chegamos, dizem "Buenas", mas nem olham para nós, não sorriem e só falam o essencial. Sabem aquela cara "toda a gente me deve e ninguém me paga", é a cara que vão encontrar quase sempre (para não dizer sempre!).

E a vontade? Uiui minha gente. O que me enerva estar no restaurante e estar constantemente a ter de tomar a iniciativa de chamar o empregado e esperar infinitamente.
Chego e tenho de avisar que cheguei, para que me venham atender; peço a comida e espeeeeero (se há vários pratos, ou se há sobremesa...põe espera nisso!) e depois ainda tenho de chamar para que me tragam a conta e esperaaar. E o pior: esperar pelo troco! As outras esperas eu até posso tolerar, mas o troco?! É assim tão complicado? 15 minutos, a sério?!

E o melhor de tudo - a "propina sugerida". Sim, na conta vem sempre sugerido que se pague 10% de gorjeta...sabem aquela sugestão bastante sugestiva?! Depois de isto tudo, ainda querem gorjeta! Mas é como uma obrigação - ninguém agradece por darmos gorjeta. Sorriso então, pois, esquece lá isso.

Enfim, acho que já desabafei bastante sobre a simpatia.

Queria só deixar uma última nota...é que venho da lavandaria...e "mamy, todavia no está listo, es que no conseguimos hacerlo",e  põem aquela cara (aquela que falei em cima!). Sim, chamam "mamy" para tudo. E eu pus a roupa na lavandaria na quarta, disseram que estava pronta quarta, e é sexta e não está e nem dão uma desculpa, simplesmente não está! É aquela vontade...

Resumidamente, hoje quis desabafar, porque nem tudo é bom no Panamá ;)

Esta foi uma visão muito genérica da realidade; como em todo o lado, há pessoas sempre diferentes...e depois há a média e eu falei sobre a média.

Bom fim-de-semana! :)

jueves, 6 de febrero de 2014

San Blas - rica vida

A última informação que falta sobre San Blas é: como fazer turismo.

Alojamento

Há duas opções (nenhuma delas é finesse!): cabana ou tenda. As cabanas são construídas com canas e folhas de palmeira e têm camas com colchão. A tenda é montada na areia, à sombra dos coqueiros. Na minha opinião, a tenda é a melhor opção.

Preços: tenda a $16 p/noite (paga-se o local, como no parque de campismo); cabana de $26 a $36 p/noite, dependendo do número de pessoas com quem é partilhada.



Ah, as cabanitas têm luz, que é gerada pelo pequenino painel solar. Smart!
 

Comida

Os kunas cozinham, e a comida é boa. Servem pequeno-almoço às 7h, almoço às 12h e jantar às 17h. Jantar às 17h é muito estranho, mas eu acho que é assim porque a essa hora ainda há luz solar, ou então é porque eles comem cedo. Valha-me deus! A comida fica a $10 p/dia. Claro está que não se pode repetir e a comida é limitada. Se se quiser comer lagosta pode encomendar-se de um dia para outro, para eles terem tempo de pescá-las.

 
Quando a comida está pronta, chamam-nos pelo caracol. É daquelas conchas compridas, que se fizermos barulho dentro, parece a buzina dos barcos. É engraçado.
E vamos todos buscar o nosso pratinho de comida e sentar nas mesas compridas.


Achei a cozinha mesmo mimosa... E sim pode comer-se tudo, sem aqueles problemas de "ah e tal sou turista e não bebo água, nem como comida estranha.."; esse problema não existe no Panamá.
 
 
Outras informações
 
Na ilha há luz até às 22h e há casa de banho. Diz que é uma espécie de casa de banho! Mas até tem sanita e um tubo donde sai água para tomar banho. Não é um luxo claro e a limpeza não é a desejável, mas gostei muito de fazer xixi com caranguejos. Nunca tinha passado pelo dilema: deixo o rabo ou os pés no ar! Não vou dizer a que conclusão cheguei; há coisas que não se partilham! lol
 
 
É bastante aconselhável levar comida, porque as refeições dos índios não nos enchem por aí além, e acredito que à hora de jantar, ou seja, por volta das 20h, voltem a ter fome. Bolachinhas, batatas, fruta, etc. Água é mesmo muito importante, nunca esquecer! E se se for para a festa, há que levar a cervejinha e a respetiva geleira.
 
E penso que é o que precisam de saber. Depois é só mesmo aproveitar ao máximo!
 



 

Já me esquecia...no Domingo fomos fazer mergulho para a Ilha del Perro e para um sitio no meio do mar. Vimos muitos peixinhos e estrelas do mar.
Esta é a zona no meio do mar, que é um banco de areia, com estrelas do mar. Sim, parece uma piscina, mas não é. É muito, mas mesmo muito melhor.
A tour para este sitio foi $13.
 
E o registo de um dos melhores momentos:
 
 
E assim foi. Só posso dizer isto: eu estive lá! :)
 
 

miércoles, 5 de febrero de 2014

San Blas - viver no Paraíso

Nas ilhas de San Blas vivem exclusivamente os Kunas. Habitualmente cada ilha tem uma família. As famílias vão rodando pelas diferentes ilhas, conforme as decisões do chefe. Têm de cuidar da ilha e desenvolver o turismo no local.

Em todas as famílias quem manda são sempre as mulheres. Elas cozinham, lavam a loiça e bordam. Não têm contacto com os turistas e só sabem falar a língua deles. Elas também vestem os trajes típicos, que são muito trabalhados e nas pernas e braços têm pulseiras de missangas.

 
Aqui está uma foto que consegui com uma das senhoras. Ela borda. Disse que cada um dos paninhos que estão atrás (pequeninos, tamanho de tabuleiro) demora cerca de 3 semanas a ficar pronto. São muito coloridos e com muitos paninhos juntos.


 
Também tirei a fotografia do estendal.
 
 
Os homens tratam dos barcos, conduzem-nos; limpam e tudo o que seja necessário para receber bem os turistas. Eles também recebem o dinheiro. Todos falam espanhol e estão mais disponíveis para falar com os estrangeiros. Vestem-se com roupas, que nós consideramos normais.
 
 
Pedi a este Kuna, se podia tirar uma fotografia à cozinha. Mas era mesmo só para que vissem quão limpinha e organizada é. Ele quis logo aparecer na foto e foi buscar uma lagosta (estava viva) para a foto ficar mais bonita. Tão simpático! (E sim, esta cabanita é a cozinha da ilha).
 
Já para tirar uma fotografia a uma mulher é muito difícil. A primeira vez que pedi, estavam a lavar a loiça e pediram 2 dólares...
 
Na ilha há regras e estão afixadas. O respeito é importantíssimo, não só pelos kunas mas também pela natureza. Há que preservar o paraíso.
 
Aqui estão algumas das regras:
 


 
 
Amanhã conto como vivem os turistas, na ilha.


martes, 4 de febrero de 2014

San Blas - o caminho para o paraíso

Espero que as fotografias tenham despertado a vossa curiosidade, porque agora vou dar mais algumas informações sobre o paraíso.

Comecemos pelo caminho

As ilhas de San Blas ficam no Mar Caribe. No mapa abaixo, ficam junto do sitio onde diz "Kuna Yala" (em cima, à direita). Como podem perceber não fica muito longe da Cidade do Panamá.

 
Eu penso que se a estrada fosse normal, numa hora era possível chegar lá. Mas não é. Muitas curvas, muitos altos e baixos. Sabem aquela impressão na barriga quando andamos de montanha russa? Igual. Mas durante 3h e a 50 km/h.
 
Não é o caminho mais agradável, mas felizmente fui num carro (alugado com motorista), que tinha leitor de DVD, com todos os videoclipes de música pimba panameña.
Assim sim, não custou nada a passar.
 
 
Esta imagem está muito tremida, eu sei, mas acho que descreve melhor o caminho. Dá para ter a perceção da "turbulência". Lá à frente o maldito leitor de DVD.
 (Acho que já vi todo o tipo de rabos panameños; isto preocupa-me!)
 
Até chegar ao porto onde apanhamos a lancha são aproximadamente 3h de carro.
Antes de chegar ao cais, passamos por 2 postos de controlo - onde pedem dinheiro. 2 doláres para panameños e 5 dólares para estrangeiros. No primeiro, passámos todos por panameños, claro. E o segundo controlo onde temos de mostrar o passaporte (aqui já tive de ser portuguesa!).
Os indios gostam de controlar as pessoas que entram no seu território e gostam que se pague uma taxa.
 
E depois chegamos ao cais onde se apanha a lancha.
 
 
Na verdade não é bem um cais. É assim um sitio do rio, onde não há vegetação e é mais fácil descer para a lancha. Mas é suficiente.
 
E entra-se na lancha. Cabem cerca de 15 pessoas; todos têm de usar colete
(surpreendente, não é?).
E aqui vamos nós!
O tempo de viagem de lancha é variável; depende da ilha de destino.
Para a ilha onde fui demorava aproximadamente 45 minutos.
 
Na imagem de cima parece que vai ser uma viagem calminha? Não diria. No mar, há ondulação e entra água. Muita água. Ou seja, quando se chega à ilha estamos completamente molhados (telemóveis nos bolsos não é boa ideia).
 As coisas não se molham, porque eles poem-nas todas na parte da frente, tapadas com um impermeável.
 


 
Espero que não tenham desanimado com a descrição da viagem, porque apesar de parecer doloroso (e é!) vale mesmo muito a pena. Chegando à ilha, esquecemos o caminho (se não fosse ter de fazer o caminho de volta, nem conseguia escrever sobre ele lolol).
 
Ah e também importante: há que sair de casa cedinho. Ir entre as 5h e 6h da manhã, para não apanhar trânsito, nem calor; e apanhar a lancha por volta das 9h.
Mais um pormenor um pouco doloroso.
 
Mas assim às 9h30 já estava a dar o primeiro mergulho, nesta praia linda.
 
 
Os custos da viagem são: $50 (ida e volta em carro alugado c/motorista) + $5 (extras nos postos de controlo dos indios + $20 ou $25 (ida e volta na lancha).
 
Amanhã conto como é a vida nas ilhas!