martes, 25 de marzo de 2014

Mais uma moedinha, mais uma voltinha

Voltando ao tema da politica, hoje vi 50 pessoas muito contentes, a saírem do McDonald's com a sua bolsinha de comida e as bandeiras, t-shirts, flyers, etc de um dos partidos. Basicamente, pagam-lhes com comida (e do sitio mais saudável que existe) para irem fazer propaganda deste partido. Ético ou não, fica a questão...

No Panamá é normal oferecer várias coisas à população durante a campanha eleitoral. Desde carros, bolsas de estudo para os filhos até à universidade, dinheiro, comida, por aí... Consta que um dos candidatos, chegou com notas de dólar a um terminal de autocarros e começou a distribuir às pessoas que passavam; para verem o cúmulo! No outro dia o debate na televisão era se estas "prendas" podem realmente influenciar a decisão de voto das pessoas. Não?! Essa agora... A senhora, que lhe tinham oferecido a bolsa de estudo para o filho, dizia que até o filho entrar na universidade ia votar neste partido - investimento a longo prazo!

E assim andam a fazer a campanha eleitoral, que mais parece uma novela mexicana. Há um que é o representante do partido do atual presidente, que dizem que é apenas uma marioneta nas mãos dele e que quando ganhe as eleições, basta que adoeça, para que a fique a vice-presidente a governar, que, por coincidência, é a mulher do atual presidente. O outro, que está a concorrer, é o antigo vice-presidente, que um dia se chateou com o presidente e agora nem se falam. Esteve até agora no governo, porque o presidente não o podia despedir, mas não fazia nada, porque estavam chateados. E, por fim, há um terceiro, que parece mais normal, mas como não tem uma história interessante, tem de lutar mais para conseguir votos.

Lutam muito, até porque podem usar todas as armas. Anúncios televisivos, anúncios na internet e até no facebook... já para não falar dos milhares de cartazes que continuam a florescer. Na televisão é impressionante as vezes que aparece cada um dos anúncios e a duração de cada um. Nos anúncios, alguns fazem propostas e dizem como eles são os melhores, mas muitas vezes aproveitam também para falar mal dos outros.

Hoje um dos anúncios que vi era: um dos partidos dizia que o terceiro candidato (que não tinha história até aqui!) era amigo do Maduro - o da Venezuela - e isso era um escândalo, porque se ele ganhava, era quase como se fosse o Maduro a ganhar e o Panamá ia ficar numa situação semelhante à Venezuela. Uma história incrível, que conseguiram montar, com fotos dos dois juntos em algum momento das suas vidas; uma novela...

Assim se vai fazendo a politica por aqui e ainda falta tanto para o dia das eleições, que é 4 de Maio, que até lá, de certeza vão acontecer muito mais histórias divertidas (ou então não!).

lunes, 24 de marzo de 2014

TEDx Panama City

Sábado de manhã fui à Conferencia TEDx, em que o tema era o futuro do Panamá. Algo surpreendente: a maioria da assistência era do Panamá. Surpreendente, porque o bilhete era relativamente caro para o nível de vida do país (claro que não foram pobres, mas mesmo assim…) e também porque releva que começa a existir um “acordar” para estes temas e uma vontade de ser mais participativo na criação de um país melhor.

A maioria dos oradores também era do Panamá e falou-se de temas como: protecção ambiental, recolha e tratamento do lixo, pensar num crescimento sustentado, protecção das crianças e aposta no desenvolvimento das mesmas para a preparação de uma futura geração mais instruída e preparada; importância da música, da palavra e da tecnologia. Temas bastante interessantes, alguns discursos mais animados que outros, mas no geral foi uma boa conferência.

Claro que muito do que se falou me surpreendeu, porque as preocupações são muito distintas das que estamos habituados. Por exemplo, mais do que falar de reciclagem, há ainda a preocupação de recolher o lixo e não deitá-lo simplesmente num sitio onde seja menos incómodo. Não se fala em não bater nas crianças, mas sim em não bater em crianças com objetos, como cintos e outros que, para dizer a verdade, não entendi bem e prefiro não vaguear muito sobre o tema. Falou-se de que uma criança devia ser um cidadão desde que nasce, mas não: só aos 18 anos, um panameño é considerado um cidadão e a partir desse momento adquire direitos. E muitos outros temas, que foram abordados numa perspetiva muito diferente do que eu podia esperar.

Foi muito interessante, porque é TED e só por isso já uma forma muito estimulante de abordar assuntos importantes de forma simples e resumida e para mim foi ainda mais curioso, por ouvir as ideias destas pessoas que estão a ver o seu país crescer de uma forma muito mais rápida do que alguém pode estar preparado.

Muitas vezes, quando surge o tema de que Portugal é um dos PIGGs e que realmente estamos numa situação económica difícil, tento sempre explicar um pouco da história. Há quarenta anos saímos de uma ditadura e passado 12 anos já estávamos numa União Europeia, que nos pedia e exigia que fôssemos "evoluídos" e conscientes das decisões que tomávamos. E em Portugal andávamos felizes a descobrir as alegrias e riquezas de um mundo novo, que até então parecia tão longe. Brincámos na festa, até que chegou a "mãe" e disse que era hora de ir embora, porque amanhã tínhamos de trabalhar. E fizemos birra e não quisemos acreditar que não podíamos ficar a brincar até tarde. E depois ficámos de castigo. E com razão! Temos de aprender que há momentos para tudo...Mas a verdade é que éramos uma criança que estava ainda a aprender as regras e nos puseram frente a decisões de adultos, sem qualquer preparação. A culpa é nossa, mas não somos os únicos culpados nesta história. A alguns "adultos" não lhes interessava ensinar às crianças...

E em Portugal continuamos muito alienados da política e ainda não estamos "culturalmente formatados" para percebermos o quão as nossas ações podem ser importantes para o futuro. Somos um pouco resignados, como durante anos nos ensinaram a ser, durante uma época de ditadura. E digo "somos", porque eu já não nasci nessa época, mas cresci e fui educada por pessoas que sim; toda a sociedade demora tempo a aprender a adaptar-se a uma nova cultura e, na minha opinião, demora algumas gerações.

No Panamá a situação é semelhante: há 23 anos estavam em ditadura, vieram os "gringos" para os salvar. E de repente acordam e há arranha-céus por toda a cidade, dinheiro que chegue e sobre para tudo (mas só para alguns). E com todos os recursos que têm, não sabem o que fazer - por onde começar! E dia após dia veem o seu país a mudar, tão rápido que eles nem entendem. Antes de que eles possam pensar como vai começar, já aconteceu, já foi...

E as perguntas são: Quando acaba a festa? Quando é que a "mãe" vem buscar? Qual é o castigo?
E não esquecer que esta é uma festa onde não há comida para todos; muitos nem água potável têm, nem acesso a cuidados médicos. Mas o castigo no fim vai ser igual para todos, não é?

Parece-me muito importante começar a falar do fim da festa e por isso esta conferencia faz todo o sentido e fiquei muito feliz por poder participar.

Desculpem que hoje o tema tenha sido um pouco mais sério, mas já deviam ter entendido que há momentos para tudo: nem sempre pode ser brincadeira! ;)

jueves, 20 de marzo de 2014

Fotos da MINHA CASA

Sei que estas imagens são muito desejadas - quase tanto como as fotos dos vestidos usados pelas estrelas nos Óscares - mas eu não queria revelá-las antes de tempo. Antes mesmo de apresentar as últimas dicas para encontrar casa no Panamá, decidi mostrar a minha casa.

Agora que já faz quase 1 mês que estou nesta casa (o tempo cada vez passa mais rápido!), já posso mostrar o meu palácio :)






O meu quarto. Fantástico não é? E tem duas portinhas mais estreitinhas (este é outro "ele há coisas...": o tamanho das portas varia com o tamanho das divisões da casa - a porta da casa-de-banho é pequena, a do quarto média e da sala é grande, etc) que são a casa de banho e o closet.



A cozinha e a sala. Ambas com janelas com as seguintes vistas:



A fábrica da cerveja é mesmo do outro lado da rua. Também temos uma fábrica de café muito perto. As duas fábricas principais. É como ter a sagres e a delta junto a casa. Digamos que há um cheiro constante a "repolho", mas tirando isso, são bons vizinhos.


A vista da varanda. Sim, porque eu tenho uma varanda "muita" grande. Mas não tenho nada para pôr… queria comprar uns puffs, mas ainda não vai ser este mês... o chão não é assim tão  desconfortável! ;)


Também temos um colégio enorme como vizinho. Já não gosto tanto. Os paizinhos a levar as crianças ao colégio de manhã, apitam demasiado...enfim!


E lá em baixo (vivo no décimo andar), temos a área social. Piscina e ginásio do condomínio. Que chique bem :) Sim, independentemente do que possam achar, comparando com as condições de uma casa noutro país, esta casa é muito boa para a média do Panamá. Um luxo, mesmo chique bem!


Depois de procurar tanto, e acabar por ficar no mesmo edifício, não está assim tão mal, pois não? Estou tão contente e feliz na casinha nova! :)

P.S: Só falta uma foto com as roomates, que fazem com que me consiga "sentir em casa". Uns amores: Annina (Finlândia), Maëlle (França) e Sheila (Guatemala). Este fim-de-semana tenho de conseguir fotos com elas ;)

martes, 18 de marzo de 2014

Lula llena de tambores

Na cidade do Panamá há um evento todos os meses para celebrar a lua cheia. Este Domingo a lua estava muito bonita e, pela primeira vez, fui assistir a este evento. O evento chama-se Luna llena (lua cheia) de tambores.

Tambores porque todas as pessoas são convidadas a participar com o seu "tambor". Dão-nos uns pauzinhos e um tambor, que é uma lata de tinta vazia, e começamos a fazer música. Há alguém no palco que indica o ritmo e durante 4 horas, as pessoas unem-se neste recinto ao ar livre, para tocar e dançar. O recinto do evento vai variando, mas a ideia é sempre a mesma: tocar com os tambores para celebrar a lua cheia.

Adorei o evento, porque é uma forma muito bonita de reunir as pessoas e além disso, num país onde ainda faltam tantas coisas, pareceu-me uma oportunidade única e interessante de fazer educação musical. Até eu, que sou uma nódoa a música, estava toda animada por poder fazer música. Ainda bem que éramos muitos e não se notava que eu estava a inventar um novo estilo musical ;)

Começa às 18h, mesmo antes do pôr do sol, e termina às 22h. É um evento familiar, com muitas crianças, que se divertem imenso a tentar partir o balde da tinta. Para perceberem a dimensão do evento, ficam algumas fotos!




E foi também a despedida da Milla, que já está de volta a casa, no Chile! Me ha gustado mucho conocerte. Muchas gracias por tu regalo :)



lunes, 17 de marzo de 2014

Canal do Panamá

Este Sábado, fui conhecer o Canal do Panamá, finalmente! Quando me disseram que vinha para o Panamá, o canal era tudo o que eu sabia sobre o país. Sabia, quer dizer, já tinha ouvido falar...

Agora sim conheci e sei o que é o canal, e gostei muito! Para além do que já sabia, da sua importância para a logística mundial, conheci mais sobre a dimensão desta obra e os impactos que tem na economia do país. No canal circulam atualmente entre 35 a 40 barcos diariamente e pagam em média 400.000 dólares para poderem atravessá-lo...fazendo as contas é tanto dinheiro, que nem consigo contar; e é do estado panamenho, ou seja, dinheiro a entrar diretamente nos cofres do Estado. Em Portugal também nos dava um jeitaço: um barquinho por dia, nem sabe o bem que lhe fazia.

Além de ser um canal de logística muito importante, que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacifico mais rápida e facilmente, representou também uma obra de engenharia fantástica e que envolveu e envolve a participação de muitas nações. Por sinal, até meados dos anos 70, o canal era dos Estados Unidos; só então se assinou um contracto que dá total soberania do país sobre o mesmo.

Agora estão quase a terminar as obras de alargamento do canal. Com este investimento, vai ser possível duplicar o número de toneladas que passam diariamente por aqui, porque vão poder passar barcos de dimensões muito maiores, adequando-se às necessidades do transporte marítimo atual. Recentemente houve um impasse nestas obras, porque digamos que houve uma pequena derrapagem orçamental, mas na passada sexta-feira já assinaram novamente um acordo e prevê-se que as obras terminem em Dezembro de 2015 (e não em Agosto de 2014, como estava previsto inicialmente).

O canal faz 100 anos agora e seguirá sendo uma mais-valia estratégica para o Panamá por muito tempo, e depois do alargamento terá uma importância ainda maior. Prevê-se que vá entrar muito mais dinheiro no país, embora também haja estudos que digam que essa riqueza não será repartida de forma igualitária e, portanto, não terá um efeito directo na redução da pobreza. Por enquanto há que esperar para que terminem as obras...

Aqui ficam algumas imagens dos barcos a passarem no canal:


Esta é a esclusa de Miraflores. O que se vê aqui são as comportas, que sustentam a água e depois hão-de deixar passar o barco.

 
Ao fundo vinha o barco a chegar, acompanhado de um dos barquinhos do canal, que encaminham e dão as indicações de como proceder.
 

O barco entra e umas pequenas locomotoras acompanham todo o seu percurso, para que não choque contra os muros e se mantenham no centro do caminho. São 4 locomotoras feitas no Japão pela Mitsubishi e cada uma custa 2.3 milhões de dólares.



Depois de entrar, é como um elevador, o nível da água tem de baixar (Conseguem ver que no caminho ao lado, o outro barco que está a entrar, tem mais água do que este - na foto anterior, os dois estavam iguais).

Embora o nível do mar seja igual nos dois oceanos, há zonas do canal que estão na zona montanhosa e estão 26 metros acima do nível do mar. Quando os barcos entram no canal pelo Oceano Atlântico têm de subir os 26 metros e depois para entrar no Oceano Pacifico têm de os voltar a descer. O percurso total do canal leva entre 8h a 10h, mas esta parte dos "elevadores" é menos de 30 minutos.


Quando o nível da água desce, podem abrir as comportas e deixar passar o "barquinho".


E lá vai ele rumo ao Oceano Pacifico.



Enquanto um vai, já está a chegar outro no outro corredor e o nível da água a subir para um próximo barco que passe nesta "faixa". A parte mais difícil do canal é esta dos elevadores, de conseguir fazer isto a barcos enormes, usando apenas a força da gravidade, sem uso de energias.

Espero que tenham gostado da explicação sobre o Canal do Panamá e que um dia também possam vir visitá-lo :)

viernes, 14 de marzo de 2014

Ele há coisas... - Parte II

São tantas surpresas diárias, tanta informação que tenho para partilhar. Sem dúvida é isto que estou a gostar mais desta experiência no Panamá: o pôr-me à prova todos os dias! É que até as coisas mais básicas, que damos por garantidas, aqui podem ser diferentes. O momento de confrontação com a nova realidade, a adaptação e algumas vezes também a resignação à mesma, tornam a vida muito mais interessante. Um dia que podia ser banal, de ir e vir do trabalho e pouco mais, torna-se sempre uma descoberta.

E os "ele há coisas..." são a prova de que este país é muito diferente, em dimensões distintas. Aqui vos deixo mais uma compilação de algumas das surpresas com que me tenho confrontado no que respeita ao tema autocarros e horários de funcionamento de estabelecimentos.

Toda a experiência de andar de autocarro dá um único post, que hei-de escrever brevemente - e vai ser dos divertidos, prometo! Por agora vou falar apenas de um dos aspectos técnicos - o nome das paragens.

No Panamá não há nomes nas ruas, não há grande organização nesse aspeto e, portanto, quando queremos explicar onde fica alguma coisa, começamos por dizer que fica perto de tal sitio e assim vamos tentando dar as indicações. Os nomes das paragens de autocarro são a prova perfeita desta cultura.

Não há nomes nas paragens. Quando vamos dentro do autocarro (em alguns!) já se ouve o nome da paragem. Normalmente os nomes são de coisas que ficam perto da paragem. O nome da loja, restaurante, hospital...o que ficar mais perto. Há que conhecer muito bem a cidade. Eu entro na paragem da Casa de Baterias e saio nos Depósitos do Panamá - nomes de lojas, portanto.

E depois há o fenómeno de um sitio que já foi outro sitio. Exemplo:paragem "Antigua pepsi". Isto torna tudo ainda mais difícil, porque se a pessoa vive aqui há muito tempo, até pode saber onde é o "antigo tal", agora eu? Mas eles fazem muito isto. Há um sitio que é conhecido como "o sitio onde caiu o helicópetro". Bem, se pensarmos bem, em Nova Iorque também há o sitio onde caíram as torres gémeas; enfim, realidades diferentes, acontecimentos diferentes.

E ainda relacionado com o nome das paragens: no mesmo sitio, mas no outro sentido da rua, as paragens mudam de nome. Guess why? As lojas são diferentes de cada lado, logo exigem nomes diferentes. Portanto, quando passo de manhã num sitio chama-se de uma maneira, à tarde como venho no sentido inverso, passo no mesmo sitio, mas já tem outro nome. Super fácil este sistema de criar nomes para as paragens, não é?!

Segundo tema, os horários dos estabelecimentos comerciais.

A cidade acorda muito cedo e a maioria das lojas abre entre as 7.00 am e as 7.30 am. E fecham às 7.00 pm. Até aqui tudo bem. O que me faz confusão é uma incoerência que existe no que diz respeito a estes dois espaços: supermercados e centros comerciais. Já estou como o outro, e ninguém faz nada?!

A incoerência consiste no seguinte: há muitos supermercados e também alguns restaurantes que estão abertos 24/7, mas os centros comerciais fecham as lojas às 8 pm. Isto faz sentido?! Ora a pessoa pode querer comprar uma saladinha às 3 am e não pode querer comprar um chapéu? Isto é uma descriminação ao tipo de consumo a que a pessoa se dedica, e não pode continuar lol

Agora fora de brincadeiras, não acho que os centros comerciais tivessem que ficar abertos 24/7 (também não era preciso tantos supermercados abertos 24/7!), mas até às 22h não fazia mal nenhum. As pessoas saem do trabalho, precisam de comprar qualquer coisa e têm que correr. Enfim, "ele há coisas", que não se percebem...

Surpreendidos com estes "ele há coisas...". Ainda há tantos mais que tenho de vos contar! Bom fim-de-semana! :)

jueves, 13 de marzo de 2014

Ambrósio apetecia-me algo...

Hoje apetece-me falar de comida. Apetecia-me mesmo peixe grelhado, com feijão verde e batatas, e com azeite para temperar. E para sobremesa podia ser mousse de chocolate. Opa, os desejos que uma pessoa tem, quando está fora de casa, são sempre estranhos...
 
 Mas não vou falar do que me apetece comer, vou falar do que se come por cá. Por exemplo, ontem comi guanábano. Já tinha comido antes, em sumos e em iogurtes, mas não fazia ideia como era a fruta. Fui ao supermercado e eis que estava uma fruta embalada com o nome guanábano - comprei! É muito estranha; parece que tem leite, é muito doce e é esponjosa. Mas gostei! Entretanto já pesquisei na net e aqui têm a imagem da fruta (é muito grande, do tamanho de uma meloa mais ou menos):

 
 
Tenho tentado experimentar comidas diferentes e na maioria das vezes até gosto. No geral acho que a comida tem muita gordura e sal, mas isso também pode estar relacionado com o facto de comer sempre em restaurantes. De qualquer forma, a comida panameña não é muito variada, nem especial - come-se!
 
Só há algo que eu não experimentei ainda e que acho que nunca vou conseguir provar: o pequeno-almoço. Esta gente come bife de cebolada e arroz de feijão ao pequeno-almoço. Também podem comer empanadas (que como o próprio nome indica são empadas), quando é um pequeno-almoço volante. Normalmente também comem ovos, mas isso já é mais normal. Mas bifes?! Não consigo sequer imaginar às 6h da manhã comer um bifinho assim como quem não quer a coisa...não consigo! Só de pensar no cheiro....ai mãezinha!
 
Eu até percebo que não comam torradas, porque realmente o pão é péssimo. É pão industrial, tipo pão de forma, ou ainda pior...Um bolinho também escasseia por cá, porque não existem e o que existe é mau. Mas sempre podiam comer cereais, sei lá, tudo menos bifes de cebolada e ainda para mais, arroz de feijão... Se eu um dia conseguir provar este pequeno-almoço, tiro muitas fotos, não se preocupem!
 
E deixo-vos a pensar nisto...que tenham bom proveito :)


miércoles, 12 de marzo de 2014

Já fui ao ginásio!

Hoje foi o meu primeiro dia de ginásio - que alegria! Depois de finalmente ter uma casa e começar a estabilizar, posso começar a criar as rotinas, que afinal nos fazem falta e sabem tão bem.

O ginásio que ando é o holmes place cá do sitio. Não é qualquer panameño que pode pagar a mensalidade e, além disso, a localização dos vários clubes é sempre em zonas centrais e bem frequentadas. Mas calma, também não é nenhum um luxo - definitivamente não é um holmes place ;)

Mas o que vou contar é esta minha primeira experiência no ginásio.

No horário está todos os dias das 6.00 pm às 7.00 pm aula de "Baile". Bem, eu perguntei na receção que baile era, ou seja, que estilo de dança ensinavam e se mudava consoante os dias. Não sabiam dizer, mas por fim disseram que dependia do que os alunos queriam fazer nesse dia. Achei estranho, mas como aqui acho tudo estranho, aceitei a explicação.

Fui então à aula de baile. Primeira surpresa: era um professor. Numa cultura tão machista, nunca pensei que fosse um homem, mas percebi rapidamente que ele mexia as ancas melhor que qualquer mulher e, portanto, tudo explicado. A aula estava cheia, deviam ser umas 50 pessoas, mas só havia mais um homem, que era estrangeiro, por sinal. Assim que começou a música, sim apareceram homens - eram os que antes estavam na musculação e fizeram uma pausa para ir ver o "bife". Ficaram de fora da sala, junto aos vidros, pelo menos durante duas músicas. Nunca me senti tanto num talho - nem mesmo quando trabalhei lá ;)

O professor chegou, pôs a música super alta e começou a mexer-se, e todas imitavam. Bem, eu também...embora ele mudasse de movimento tão depressa, que eu parecia mais que estava numa máquina de lavar roupa, do que numa aula de dança. Pensei, isto deve ser o aquecimento...

Mais uma música,igual; e outra, igual; e outra e outra e outra e foi assim até ao fim. Ou seja, o professor não ensina nada, porque na verdade não dançamos nenhum estilo de dança. A descrição no horário está bem - é só: baile! É como ir à discoteca, em que um dos amigos vai sugerindo alguns movimentos e os outros imitam. Sem mais ciência que isto! E os movimentos são mesmo esses básicos que todos sabemos, talvez com a adição de mais alguns movimentos de aeróbica, mas não mais que isso. Enfim: professores de dança desempregados, o Panamá precisa de vocês!

Mas o que eu me diverti nesta aula; ri do principio ao fim; é que nem consigo descrever. Primeiro porque era ver as dondocas a mexer o bumbum e a rebolar até ao chão como umas malucas, segundo porque eu não conseguia acompanhar o ritmo alucinante destas músicas latinas (que aqui toda a gente sabe de cor e eu nunca ouvi na vida!) e parecia uma barata tonta a tentar acompanhar e terceiro, porque havia uma chinesa.

Espero que ninguém se ofenda com este comentário, mas a verdade é que eu nunca tinha visto uma chinesa a dançar. Agora que penso nisto, há muitas coisas da nossa vida quotidiana nas quais os chineses não participam; vivem muito fechados na sua comunidade. E ver uma chinesa a dançar assim - a mexer a anca, sacudir o peito e o bumbum - era super estranho e divertido. Ás tantas já me ria de vê-la e de pensar como era estúpido eu ter vontade de me rir simplesmente por ver uma chinesa a dançar assim. Sabem quando queremos controlar o riso porque sabemos que não faz sentido, mas não conseguimos - foi isso!

Se amanhã me doerem os abdominais não vai ser do exercício de certeza, mas sim do quanto me ri nesta aula, porque foi a maneira que encontrei de reagir a todo um conjunto de situações para o qual não estava preparada. Até o simples facto de ir ao ginásio é um "ele há coisas...".

martes, 11 de marzo de 2014

Ele há coisas... - Parte I

Muitas vezes dou por mim a pensar "Ele há coisas...". É uma expressão muito tuga e que não diz nada, como tantas outras, mas serve para demonstrar surpresa por algo - pode ser negativa ou positiva - e para não pensarmos muito sobre isso, ou seja, dizemos isto e aceitamos; mais, muitas vezes esquecemos.

Desde que cheguei, "ele há coisas" a todo o momento. Mas tenho feito um esforço para ir apontando, para não me esquecer. É que são coisas que eu sempre pensei que estavam bem como eram, e que podiam ser assim em todo o mundo...não é que me importe que mude, mas para quê dar-se ao trabalho se da outra maneira também funciona bem? Enfim, ele há coisas...

Como disse, este é um tema super vasto, podia ser até um blog só assim, mas vou tentando escrever sobre isto de vez em quando, para não "acumular" muita informação. Aqui vai uma mini listinha de "ele há coisas...":

1. As torneiras rodam ao contrário. Não me perguntem qual é o lado normal para rodar, porque eu também nunca pensei sobre isso (não estou assim tão paranoica!). O que é certo é que andei mais de um mês para me habituar. É automático: quero fechar a torneira e rodo até ao máximo da força da água...ainda acontece de vez em quando. Mas porquê rodar para outro lado? Ele há coisas....

2. O detergente para lavar a loiça à mão (e aqui nunca há máquina) é em pó. Também há liquido, mas é mais caro e ninguém usa. Agora pensem como se lava loiça à mão com detergente em pó...é que não é como a roupa que se põe de molho, esfrega-se e faz esfuma. Para lavar a loiça usamos uma esponja - como pôr o pó?! Então, o pó vem compactado, molha-se a esponja, esfrega-se no pó e lava-se a loiça. Quando a caixinha do pó vai esvaziando pode pôr-se  um bocadinho de água para ir amolecendo. Mas já viram como se complica uma coisa que é tão simples? Não querendo fazer publicidade a nada, eu era feliz com o fairy, lol ;) Ah mas o meu detergente da loiça tem aveia para proteger as mãos, um pó, mas chique!


3. A porta da rua abre da mesma forma que as portas dos quartos. Eu sei que estão a pensar que em Portugal também; mas não! Experimentem sair de casa sem chave e fechar a porta, conseguem entrar? Agora saiam do quarto sem chave, fechem a porta, conseguem entrar, não é? Pois aqui é assim, dá sempre para abrir dos dois lados. Implica que quando se sai de casa, obrigatoriamente há que fechar com a chave, para ter a certeza que não aumentamos a densidade populacional no apartamento.

4. Isto da porta é uma das muitas influências americanas. Outras: os semáforos estão depois do cruzamento, as linhas da estrada são diferentes e...as sanitas são diferentes. Detesto estas sanitas e definitivamente não percebo porquê...não vou divagar muito sobre este tema, mas a ideia é mais ou menos esta: em Portugal, puxamos o autoclismo e tudo é sugado, aí vai disto...aqui puxamos o autoclismo e a sanita enche, o nível da água primeiro sobe e depois desce. Isto implica uma convivência mais prolongada e mais próxima com o conteúdo da sanita. A sério que não entendo porquê. Este é um daqueles "ele há coisas" que eu tento esquecer todos os dias, lolol

Como podem ver os "ele há coisas", são isto: pequenas insignificâncias que afetam o dia-a-dia, e que são, portanto, estúpidas...mas eu consigo ter um lista enorme deste tipo de fenómenos e preciso de partilhar conhecimentos :)

lunes, 10 de marzo de 2014

Lição 1 - Procurar casa na Cidade do Panamá

Preparados?! Conforme tinha prometido, vou contar-vos a odisseia que é encontrar um quarto ou um apartamento na Cidade do Panamá.

Para começar a procurar, a primeira questão é: onde? Há sites com listagens de apartamentos, há agências imobiliárias, anúncios em jornais, o boca-a-boca. O normal. Eu utilizei muito o site encuentra.24. Para além de ter muitos anúncios, também nos dá a possibilidade de fazer filtros para selecionar o tipo de casas que queremos ver.

Há que saber o que procurar. A zona é muito importante. Há zonas centrais, perigosas, chiques, etc...como em todos os lados. A diferença é que aqui a localização tem ainda mais importância se pensarmos que para nos deslocarmos a qualquer lado demoramos sempre muito tempo. Nos anúncios é normal ver como um atributo positivo: "está perto do trânsito". Aqui isto significa ter bons acessos, porque realmente o trânsito existe sempre.

Depois depende se estamos a procurar um quarto ou um apartamento. Habitación, cuarto, recamara é sempre um quarto, não há qualquer diferença de significado. Pode estar amueblado/amoblado, que significa que tem móveis. Se tem línea blanca é porque tem electrodomésticos. Normalmente as casas têm fogão e frigorifico. O que é importante investigar é: se têm máquina de lavar e secar roupa (de loiça nunca têm, mas de secar é muito comum); se têm ar condicionado; se têm esquentador (se não diz que tem dispensador de agua caliente, de certeza que não há água quente no apartamento, não foi um esquecimento na descrição!).

Outras informações importantes:

1. A maioria das casas não têm água quente: muitos nem percebem porque queremos isso. Tantas vezes que perguntei se havia água quente, diziam que não e abriam a torneira para eu ver que a água não é fria. Não é fria, é verdade!... mas também não é quente! ;)

2. Ter ar condicionado ou uma ventoinha é muito importante, porque o mais fresquinho que se sente por aqui são 25 ºC à noite. Também é comum estar como um atributo positivo nos anúncios: ter vento. Aqui ter vento é quase uma bênção, porque se pode deixar as janelas abertas e vai circulando algum ar - mas é algo bastante raro! Usar ar condicionado é muito muito caro; a eletricidade é muito cara - se vivermos numa zona ventosa, para além de ser mais "gostoso" sentir vento, podemos poupar. Mas atenção: abrir as janelas quando não se está em casa; o barulho é tanto, que é incómodo estar com as janelas abertas.

3. O andar do prédio também é algo a considerar. Quanto mais alto melhor, por duas razões: há mais vento e há menos barulho. Como já tinha referido aqui o barulho é impressionante. Eu vivo num 10º andar, que equivale a um 15º e mesmo assim ouve-se muito barulho do trânsito na rua; nem quero imaginar para os vizinhos que estão mesmo em baixo, "pobrecitos".

4. De uma forma geral, o alojamento é caro. Um quarto entre 400 a 500 dólares deve ter as condições que os europeus consideramos aceitáveis. Há quartos a 150 e outros a 700 - há para todos os gostos! Independentemente das exigências de cada um, há sempre que ver os acabamentos da casa e o nível de limpeza. Eu nunca tinha reparado nos acabamentos de uma casa; aqui reparei, porque não existem! A construção é má, mesmo no condomínios considerados bons. Estes aspetos são importantes, porque por proteção dos bichos e higiene, de uma forma geral.

Uma última informação por hoje: quase todos os apartamentos têm quarto de empregada. Alguns eu não chamaria quarto, mas corredor...de qualquer forma, se há um anúncio que diz que é um quarto pequeno com casa-de-banho individual, significa que é o quarto da empregada. Costuma ser mais barato, que os quartos normais. Alguns são bastantes aceitáveis, embora só caiba a cama praticamente. Mesmo que haja água quente no apartamento, no quarto de empregada nunca há. Esta pode ser uma opção para quem não queira gastar tanto e não esteja muito tempo em casa.

Enfim, é a informação "técnica" básica que eu diria essencial para conseguir começar o processo de procura de casa. Mas há muito mais que é preciso saber...fiquem à espera para saber o quê nas cenas dos próximos "capítulos" ;)

sábado, 8 de marzo de 2014

Feliz dia da mulher no Panamá

Desejo a todas a mulheres que tenham tido um dia muito feliz, neste dia em que celebramos o dia internacional de todas as mulheres. Mais do que isso, desejo-lhes que todos os dias sejam muito felizes; e que consigam vivê-los sem pensar que este dia tem de ser celebrado, ou seja, que se sintam mulheres, com tudo o que isso implica.

Não costumo escrever no blog ao fim-de-semana, mas não podia deixar passar esta data sem dizer algo. Principalmente porque, no meu ponto de vista, ainda há muitos e muitos dias para celebrar o dia da mulher e no Panamá ainda há muito a fazer para que todas as mulheres sejam felizes.

Ainda há muitas diferenças entre os homens e as mulheres no Panamá. O seu papel social, as atividades a que se dedicam, o papel no seio familiar...muitas diferenças. Mais do que noutros países, as mulheres ainda assumem o papel de dona de casa, que cuidam do marido e dos filhos. Trabalham, mas têm uma vida difícil.

Não têm as mesmas oportunidades. Têm filhos muito jovens e têm muitos filhos. E são elas que cuidam desses filhos sozinhas, muitas vezes sem o auxilio dos pais neste crescimento - muitas vezes nem a nível monetário.

Como um dia me explicaram, o panamenho não é homem de uma mulher só (nem duas!),como muitos noutras partes do mundo; mas ao contrário de outros, para eles é importante dar (e só esta expressão já me irrita!) filhos a todas as amantes, para que elas percebam que ele gosta delas. As mulheres ficam com os filhos e, portanto, é um "presente" que ele lhes deixa. Cuidar de tantas famílias seria complicado, por isso digo que, muitas vezes, nem a nível económico os pais estão presentes na vida dos filhos.

Outro aspecto também muito visível desta cultura machista - e que me afecta diariamente - é o "assédio sexual". Qualquer mulher que vá na rua tem de ouvir piropos, de todas as espécies e de todo o tipo de homens - até velhinhos ou policias! Ir sozinha na rua, passar por um homem sozinho ou acompanhado de outros homens, implica ouvir piropos. Muitas vezes bastante "badalhocos", se é que me entendem. Andar de táxi sozinha também implica sempre algum comentário "estranho"; e levar com buzinadelas é certinho.

E não posso deixar de falar da Katy. A Katy é a rapariga com quem vivi no outro apartamento. Ela vive aí com o seu "esposo" e aluga os outros 3 quartos da casa. No primeiro dia que a conheci, apresentou-me a sua melhor amiga - a tequila - que nunca a abandona e que é a sua única amiga. Acorda às 6h da manhã para limpar a casa e preparar o pequeno-almoço ao seu mais-que-tudo. Não toma banho na casa-de-banho da sua suite, para não incomodar o senhor. Não põe a roupa no armário dele, para não incomodar com o ranger da porta. Vai trabalhar e ele fica o dia todo no sofá sem fazer nada. Ela volta, depois de ir ao supermercado, limpa, cozinha, lava a roupa, leva a cerveja ao sofá (sim o cliché!) e, para terminar o dia, ainda leva algumas "pancadinhas de amor". Tem duas filhas de outro homem, que vivem com a avó, porque ela tem medo que ele (ou o pai) lhes "toque". Tem 26 anos e acha que tem uma vida normal.

Acredito que esta já não é a realidade para muitas mulheres no Panamá e que eu tenha tido a infelicidade de conhecer uma situação rara. Mas isto acontece e por isso temos de continuar a celebrar este dia, para que não nos esqueçamos porque é que ele existe!

Na realidade, no Panamá não se celebra este dia como eu estou habituada. Ao contrário do dia de S.Valentim, não havia nenhuma publicidade especial ou campanha nas lojas por ser o dia da mulher. Todos fizeram a sua vida como se de outro sábado qualquer se tratara. Isto também me faz pensar que ainda há muito por fazer por aqui; e por isso, esta pareceu-me ser a melhor forma de celebrar - por todas as Katys que todos conhecemos!

Feliz dia da mulher! :)

jueves, 6 de marzo de 2014

Mini-férias - Pura Vida na Costa Rica

O Panamá pára para "carnavalear". Tudo fecha e ninguém trabalha desde sábado até quarta-feira. A festa é dura. É tomar (beber álcool) de manhã à noite.

Bem, o plano era atrativo...mas decidi aproveitar estes dias para ir descansar e conhecer um novo país - Costa Rica. E que país! Lindo, mas lindo! Cheio de parques nacionais, praias lindas e pessoas encantadoras. Não sei se é de estar já habituada à "simpatia panameña", mas o certo é que ficava admirada com a amabilidade e disponibilidade dos Ticos (pessoas da Costa Rica) para ajudar em tudo, dar informação...mesmo queridos!

Foi uma viagem curtinha, mas deu para ir à montanha (Volcão Poas), à praia (Jacó e Herradura) e à cidade (San José). Ficam aqui algumas das imagens desta viagem, inesquecível!


Atravessei a fronteira a pé e sozinha (ou melhor, acompanhada por um senhor que me queria ajudar a explicar tudo sobre a ciência de atravessar a fronteira...mas não se calava de tão entusiasmado que estava na sua explicação...uma característica que encontrei em todo os ticos!)
 

Subi ao Vulcão e vi a cratera. O vulcão tinha entrado, e continuava em erupção, há uma semana. Mas agora já só sai vapor de água...de qualquer forma, emocionante na mesma! Um tico explicou-nos que normalmente a água na cratera é de cor rosa ou turquesa, porque está fria (40ºC), mas agora como estava em erupção ficava branca porque estava muito quente (mais de 100ºC). Há muitos vulcões na Costa Rica...

Olha nós tão contentes de chegarmos ao vulcão! As minhas companheiras de viagem, super queridas, que me convidaram à última hora e fomos sem planos...só tínhamos um - relaxar e aproveitar a vida!


A lagoa ao pé do vulcão. E agora como ir embora?! Mais uma boleia das tantas que nos deram neste dia. Ao ver-nos sós e "perdidas", ofereciam-se para nos levar. Nem sempre à borla, mas a um valor simbólico; de qualquer forma sempre uns amores.


Ao pé do vulcão havia cascatas, mas pagava-se para ir ver. O senhor que nos transportava, ao ver-nos tristes por não podermos pagar $38 para ver cascatas (que roubo!), levou-nos secretamente a uma cascata bem grande, onde não nos pediam dinheiro. E, no fim, ainda nos levou ao resort das cascatas para pedir o CD com o filme, que dão no final da visita aos turistas - a fingir que tínhamos ido! Pobre ficou feliz, um dia em casa pode ver cascatas à borla. Tão amoroso o senhor!

 
Na terça fui à praia. Uma praia linda e paradisíaca, só para mim! Herradura, um espetáculo mesmo. A areia é preta, mas fininha e a água tão quente que nem dá para refrescar...
A minha primeira vez no Oceano Pacifico!
 

Só eu e os pescadores, que chegavam com sacos enormes de camarão...
 






E à tarde fui a outra praia. A praia dos surfistas. Fiz quatro amigos. Estes pequeninos que estavam sozinhos na praia a brincar e ao ver-me sozinha convidaram-me. Mandámos pedras à água, rebolámos na areia a fazer de croquetes, jogámos futebol - tão divertido! O mais pequenino não devia ter ainda 2 anos e o mais velho tinha 7 e era o responsável pelos irmãos. Estavam assim: sozinhos e livres, e tão felizes!


E foi a primeira vez que vi um pica-pau verdadeiro. Não dá para ver na foto, pois não?! Mas ele estava lá e fazia mesmo barulho...



 
E estas são algumas das imagens de San José, a capital. Uma cidade muito pequenina, mas catita. O comércio de rua está em todo o lado...nunca tinha visto uma cidade com tantas lojinhas - impressionante!
 
Aqui está um cheirinho da Costa Rica, que foi também o que eu pude ter, nestas super e miniférias de Carnaval :)