martes, 8 de abril de 2014

Metro: um êxito revolucionário

Mil desculpas pela demora em atualizar o blog, mas nem sempre é fácil conciliar todas as tarefas diárias com mais esta demanda por criatividade. Precisei fazer uma pausa, porque já estava cansada de reparar e dar importância a tudo o que vejo e sinto diariamente...e essa pausa também me fez ver e sentir de outra maneira; sem a preocupação de ter de o partilhar...mas acho que já voltei! Afinal ainda há tantas coisas para vos contar sobre o Panamá.

Hoje vou vos escrever sobre a novidade mais recente do país e que está a preencher toda a atualidade. Abriu o metro! O Panamá é o primeiro país da América Central a ter metro; é o furor! O presidente tinha dito que ia fazer o metro e um mês antes de terminar o mandato, fez uma inauguração de pompa e circunstância. Ainda dizem que os políticos não cumprem as promessas...

E mais: durante 3 meses haverá metro à borla, à pala, grátis...e só nós sabemos como estas palavras enchem de alegria uma pessoa. O que é certo é que o panameño quer ir, ver, andar e, claro, contar aos amigos. Panameño que é panameño já tem uma selfie a andar de metro. Até já há uma página no facebook das compilações das selfies no metro. É o acontecimento do ano! Se queres estar "in", tens de andar no metro e fazer uma reportagem no facebook para mostrar aos amigos que já andaste de metro.

Esta será seguramente uma boa mudança para o país, porque vem melhorar muito a mobilidade na cidade e também é um sinal de modernidade e desenvolvimento. Além disso, já registei alguns efeitos secundários desta mudança. Um, que é óbvio, é que há menos pessoas em certos autocarros - não há menos trânsito, porque quem tem carro continua a usá-lo; também ainda só há uma linha de metro, não cobre toda a cidade, por isso estão desculpados.

O segundo efeito, que já senti, não é tão óbvio, e que sim parece-me que vai implicar uma revolução no Panamá, está relacionado com os táxis. O reinado dos taxistas terminou! É triste, mas todos os reinados têm um fim. Devido à concorrência - de alto nível e grátis - o taxista não tem outra opção senão "pôr o rabinho entre as pernas".

O taxista diminuiu (para não dizer retirou) o uso da palavra "não". O taxista aceita levar as pessoas; e mais, o taxista não quer explorar as pessoas...mais ainda, o taxista faz descontos!

Ou seja, antes até conseguir um táxi, tínhamos de fazer inúmeras tentativas. Agora quase sempre basta uma. E depois se lhe perguntávamos quanto custava o trajeto, dizia sempre um valor acima do que era suposto. Agora, até pedem menos que o preço correspondente ao trajeto. Por exemplo, ontem num preço que devia ser 4.5$, pediu apenas 3.75$...

Adoro ver a lei da oferta e da procura a atuar e o mercado a ajustar-se ao ponto de equilíbrio. Faz-me lembrar as aulas de introdução à macroeconomia; levávamos o tempo todo a fazer as linhas da oferta e da procura e examinar os ajustes para chegar ao ponto de equilíbrio...Opa, até já me imagino a fazer um gráfico para explicar este fenómeno que está a revolucionar o Panamá. ;)

Mas devo dizer que até tive alguma pena dos taxistas. É que isto é concorrência desleal: o metro é grátis e é mais rápido, porque não está condicionado ao trânsito. Segundo as minhas aulas de macroeconomia devia haver um subsidio (calma portugueses, sei que adoram esta palavra, mas calma...já passou!) para tentar compensar os taxistas pelos danos causados - e não esquecer de incluir os danos psicológicos gravíssimos que isto pode originar - passar a dizer sim, com certeza vai ser doloroso.

Bem, que vos posso dizer mais?!...O metro está a ser um êxito revolucionário e eu estou ansiosa para poder competir no âmbito das selfies...acho que é sexta-feira que vou estrear! Mal posso esperar!!! :)

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