martes, 28 de enero de 2014

Táxi - um romance silencioso

Devido ao mau funcionamento dos transportes públicos, entenda-se autocarros, a forma mais "fácil" de nos deslocarmos é de táxi.

Existem autocarros, mas nunca se percebe muito bem para onde vão, onde param e a que horas passam...ou seja, existem, às vezes vejo-os a passar, mas se tenho um horário para cumprir nunca posso confiar neste meio de transporte. Mas não será sempre assim, está a melhorar e em Março até já vai haver metro também, por isso hei-de voltar a escrever sobre este tema.

Voltando aos táxis.


1- Apanhar táxi

Pedimos a um táxi para parar; abre a janela, dizemos o destino e o motorista reponde se sim ou não. Sim isso mesmo: respondem muitas vezes que não! Isto porque o táxi, na verdade, funciona como um autocarro.

Entra o primeiro cliente e diz o destino. Depois, mais à frente um novo cliente pede para entrar. Se o seu destino não for compatível com a rota do primeiro cliente, não pode entrar; se for, pois grande sorte, e siga viagem.

E assim é, partilha-se táxi com pessoas desconhecidas, que querem ir para a mesma direção que nós. Este processo de apanhar táxi pode ser rápido ou pode demorar muito tempo; depende da sorte!

2- Pagar

Quando chegamos ao destino, há que pagar. Mas aqui não há taxímetro; nem eu tenho culpa de termos ido dar grande volta, porque os outros passageiros queriam ir para sitios desviados; por isso como se define o preço? Bem, esta é a minha parte favorita - eu defino o preço, yey!

Eu sei quanto vale o meu trajecto - de casa ao trabalho, varia de 2 a 3 dólares - então olho para o taxista e dou-lhe o dinheiro, e depois é o momento "tchanan".
Eu espero, ele olha para mim... se achar que paguei suficiente deseja-me um bom dia; se achar que lhe dei pouco, fica a olhar para mim...e eu dou mais um pouco e assim por diante, até chegarmos a este acordo silencioso de troca de olhares. É romântico, verdade?!

Depois há alguns truques, como em qualquer romance: adoram que lhes pergunte como é a vida deles; que fale do Cristiano Ronaldo; do frio (sim, adoram falar do frio na europa!)... e se eu conseguir meter conversa, sei sempre que no destino a troca de olhares vai ser rápida e vou pagar menos.

Resumidamente este é o processo de andar de táxi. Não é uma ciência exata, alguns até pedem o dinheiro que querem receber, mas no geral é assim que funciona.

Depois há que pensar que o trânsito é um caos, que nunca sabemos bem quanto tempo vamos demorar a apanhar o táxi, nem no trajecto...e por isso há que ir com tempo e paciência para chegar ao destino... sempre com calma e paciência!

PS: Os taxistas aqui são muito polivalentes e fazem muitas coisas enquanto conduzem de forma louca. Hoje o taxista que apanhei, decidiu pôr as suas gotas nos olhos enquanto ultrapassava 2 carros, perto de um cruzamento...claro que lhe dei mais uns trocos por esta habilidade panameña ;)

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