martes, 11 de marzo de 2014

Ele há coisas... - Parte I

Muitas vezes dou por mim a pensar "Ele há coisas...". É uma expressão muito tuga e que não diz nada, como tantas outras, mas serve para demonstrar surpresa por algo - pode ser negativa ou positiva - e para não pensarmos muito sobre isso, ou seja, dizemos isto e aceitamos; mais, muitas vezes esquecemos.

Desde que cheguei, "ele há coisas" a todo o momento. Mas tenho feito um esforço para ir apontando, para não me esquecer. É que são coisas que eu sempre pensei que estavam bem como eram, e que podiam ser assim em todo o mundo...não é que me importe que mude, mas para quê dar-se ao trabalho se da outra maneira também funciona bem? Enfim, ele há coisas...

Como disse, este é um tema super vasto, podia ser até um blog só assim, mas vou tentando escrever sobre isto de vez em quando, para não "acumular" muita informação. Aqui vai uma mini listinha de "ele há coisas...":

1. As torneiras rodam ao contrário. Não me perguntem qual é o lado normal para rodar, porque eu também nunca pensei sobre isso (não estou assim tão paranoica!). O que é certo é que andei mais de um mês para me habituar. É automático: quero fechar a torneira e rodo até ao máximo da força da água...ainda acontece de vez em quando. Mas porquê rodar para outro lado? Ele há coisas....

2. O detergente para lavar a loiça à mão (e aqui nunca há máquina) é em pó. Também há liquido, mas é mais caro e ninguém usa. Agora pensem como se lava loiça à mão com detergente em pó...é que não é como a roupa que se põe de molho, esfrega-se e faz esfuma. Para lavar a loiça usamos uma esponja - como pôr o pó?! Então, o pó vem compactado, molha-se a esponja, esfrega-se no pó e lava-se a loiça. Quando a caixinha do pó vai esvaziando pode pôr-se  um bocadinho de água para ir amolecendo. Mas já viram como se complica uma coisa que é tão simples? Não querendo fazer publicidade a nada, eu era feliz com o fairy, lol ;) Ah mas o meu detergente da loiça tem aveia para proteger as mãos, um pó, mas chique!


3. A porta da rua abre da mesma forma que as portas dos quartos. Eu sei que estão a pensar que em Portugal também; mas não! Experimentem sair de casa sem chave e fechar a porta, conseguem entrar? Agora saiam do quarto sem chave, fechem a porta, conseguem entrar, não é? Pois aqui é assim, dá sempre para abrir dos dois lados. Implica que quando se sai de casa, obrigatoriamente há que fechar com a chave, para ter a certeza que não aumentamos a densidade populacional no apartamento.

4. Isto da porta é uma das muitas influências americanas. Outras: os semáforos estão depois do cruzamento, as linhas da estrada são diferentes e...as sanitas são diferentes. Detesto estas sanitas e definitivamente não percebo porquê...não vou divagar muito sobre este tema, mas a ideia é mais ou menos esta: em Portugal, puxamos o autoclismo e tudo é sugado, aí vai disto...aqui puxamos o autoclismo e a sanita enche, o nível da água primeiro sobe e depois desce. Isto implica uma convivência mais prolongada e mais próxima com o conteúdo da sanita. A sério que não entendo porquê. Este é um daqueles "ele há coisas" que eu tento esquecer todos os dias, lolol

Como podem ver os "ele há coisas", são isto: pequenas insignificâncias que afetam o dia-a-dia, e que são, portanto, estúpidas...mas eu consigo ter um lista enorme deste tipo de fenómenos e preciso de partilhar conhecimentos :)

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