lunes, 17 de febrero de 2014

Contrastes

Contrastes, porque o Panamá também é feito disso. Como em muitos países em crescimento e, mais precisamente, na América Latina/Central vê-se muitas diferenças. Dois mundos que caminham lado a lado e que não se cruzam.

Há muitas evidências disso. Há zonas onde só há ricos, porque os preços são proibitivos e há outras onde só vemos pobres; os ricos não precisam de estar ali. E este fim-de-semana consegui viver o extremo destas duas realidades no mesmo dia.

Ao Domingo há que relaxar e nada melhor que ir a uma piscina, apanhar sol, beber uma cervejinha e descansar. No Panamá quase todos os edifícios novos (de ricos!) têm piscina. São piscinas pequeninas, não se sabe muito bem se a água está limpa, mas servem perfeitamente. No entanto, uma pessoa que é chique, merece melhor.

Aí fomos nós - Hotel de 5 estrelas connosco. Entramos com ar confiante e procuramos a piscina. Ninguém nos pergunta nada. Com este ar de estrangeiras (e ricas!) entra-se à vontade. Também há que saber tirar partido da falta de organização no país; não é só reclamar, há que ver sempre o lado positivo.

E que bela tarde. Caminhas sobre a água, três piscinas, sol e sombra, vista do mar,tudo para nós! Um luxo de hotel de 5 estrelas, que pelo menos nos próximos tempos nunca vou poder usufruir "legalmente".




Enfim uma canseira esta vida de rico.

E depois há que voltar à realidade, ao outro mundo.
Fui a Albrook, onde há um centro comercial gigante e onde fica também um terminal de autocarros.
Fui de autocarro. Cada viagem custa 0.25$. Por aqui já se percebe que o público é bastante diferente daquele que frequenta os hotéis de 5 estrelas.

A viagem foi a parte mais importante desta experiência. Centros comerciais há muitos, embora este também tivesse uma particularidade: paga-se para ir à casa de banho, curiosamente (ou não) também é $0.25.

Ir e vir num autocarro, onde ainda não percebi onde pára, nem sei por onde vai, dá bastante adrenalina. Passando os vários bairros, vê-se o outro Panamá. Aquele que quem quiser nunca vê. Está perto, mas é muito fácil esquecer que existe.

No fim, fiquei muito orgulhosa, porque aprendi a andar de autocarro na cidade. Ou pelo menos, já tenho algumas bases. Já fui e vim de autocarro para o trabalho, e começo a adaptar-me ao mundo que está mais perto do meu.

Tenho a sorte de estar numa zona cinzenta entre os dois mundos. Uma vezes mais perto de um, outras vezes convivo com as realidades do outro. Quero continuar a fazê-lo. Por um lado, porque sabe tão bem ter luxos e por outro, porque não quero esquecer que existe o outro.

P.S: E ontem, convivendo mais de perto e estando numa posição de "igualdade", conheci o lado mais simpático dos panameños. As 1001 pessoas a quem perguntei sobre os autocarros, responderam...e a senhora que ia ao meu lado, até me disse para eu ir descansada que quando fosse a minha paragem me avisava. Fiquei mesmo surpreendida. Acho que a postura mudou, porque naquele momento estávamos todos no mesmo mundo.

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